Os paraguaios acreditam que a seleção nacional pode derrotar o poderoso Brasil neste domingo, no Estádio Del Charco. Há uma onda de otimismo cobrindo Assunção. As bandeirolas tricolores em branco, azul e vermelho estão por todas as partes da cidade, nos postes, nos carros, janelas, praças e fachadas das lojas.
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Os principais jornais da capital paraguaia também adotaram a seleção. Nas edições de sábado, distribuíram bandeirinhas. O ABC Color deu de graça uma de plástico com a inscrição “Força Paraguai”. E o Ultima Hora forneceu uma de pano também enaltecendo os 11 jogadores de Gerardo Martino. “Dunga elogia a Albirroja”, manchetou o ABC. Na capa do caderno de esporte, a foto, estilo álbum de figurinha, com os 11 titulares e o título “Em vocês, confiamos”.
Um colunista do ABC foi mais longe. Daniel Perez, o seu nome. E na sua coluna disse “Brasil, rival direto”. Não pense que o senhor Perez se referia ao jogo de hoje. Olha só o que ele escreveu: “Qualquer que seja rival direto dos pentacampeões é um sério candidato a campeão do mundo. Paraguai deve deixar os objetivos fáceis e medíocres e começar a pensar grande. Pensar em Paraguai campeão do mundo.”
Perez não está sozinho. Há uma febre em nome da seleção em Assunção. Não por acaso, os cambistas estão fazendo a festa. Ingressos que custaram US$ 60 nos guichês do Estádio Del Charco há dez dias, eram vendidos ontem por não menos de US$ 190. E não faltaram compradores atrás dos “revendas”, como os cambistas são conhecidos no Paraguai.
Jogadores e o treinador da seleção também surfam nessa onda de otimismo. “Não penso no empate com o Brasil porque o Paraguai tem time para ganhar”, disse o técnico Gerardo Martino.
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Desprezo
Do lado do Brasil, no Hotel Sheraton, onde a delegação se hospedou, nenhum sinal de euforia. Poucos torcedores, de se contar nos dedos das mãos, apareceram na recepção na sexta-feira para incentivar os jogadores de Dunga. Há um profundo desprezo pela Seleção Brasileira.
– É bom assim, com todo mundo contra – disse Luís Fabiano
– Eu gosto de jogar com estádio lotado, torcida contra. A gente entra mais ligado. É bom fazer um gol e calar os torcedores do adversário – completou.