O presidente paraguaio, Horacio Cartes, disse nesta sexta-feira que não se opõe à presença da Venezuela no Mercosul, mas sustentou que sua integração ao bloco gera um problema jurídico que os chanceleres deverão resolver.
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– Não há problema para a entrada da Venezuela, mas temos diferenças. Para nós, a entrada de um sócio não-pleno tem que ser por unanimidade – disse o novo chefe de Estado que fez o juramento na quinta-feira, para um período de cinco anos.
Cartes disse ter conversado sobre o tema com os presidentes da Argentina, Brasil e Uruguai, que assistiram a sua posse e que concordaram em discutir a solução com ministros das Relações Exteriores.
– É preciso resolver a questão juridicamente e por isso, pedimos aos chanceleres para resolver esse problema – insistiu Cartes.
– Nossa predisposição é total – reiterou em coletiva de imprensa.
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O presidente observou que os demais presidentes dos países fundadores do bloco interpretam que devido à suspensão do Paraguai – após a destituição do presidente esquerdista Fernando Lugo em junho de 2012- eles podiam admitir outro sócio não-pleno, como fizeram com a Venezuela.
O presidente mencionou a carta de seu homólogo venezuelano Nicolás Maduro no dia de sua posse presidencial, apesar de esclarecer que não recebeu a carta pessoalmente, mas pela mídia.
O novo governante lembrou que seus emissários foram a Montevidéu antes da cúpula do Mercosul – em julho – para buscar uma saída jurídica para a situação e reivindicar a presidência temporária do bloco regional, que caberia ao país depois do Uruguai.
– Pedimos a presidência temporária porque (a entrada da Venezuela) precisa da resolução do Senado paraguaio (de maioria cartista) – pontuou.
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Contudo, os presidentes do Uruguai, Argentina e Brasil resolveram ceder a presidência temporária à Venezuela.
– Nós queremos que estejamos todos no Mercosul – disse em tom conciliador.
Quando foi consultado sobre se o Paraguai poderia voltar a integrar o bloco antes de dezembro, quando a Venezuela entregará a presidência à Argentina, respondeu: “Depende”.
– O tempo é o melhor aliado. O que está na mesa é a predisposição do Paraguai, da Argentina, de Brasil.
– Se os chanceleres encontram a solução amanhã, voltaremos amanhã mas antecipou “Vai levar um tempo”.
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