Todo adulto já foi criança, e toda criança já se apaixonou por algum esporte e se imaginou como ídolo. A paixão surge ao ver grandes campeões pela tevê, ao acompanhar o time que está no coração da família há gerações e, principalmente, da prática esportiva. Num mundo onde os campinhos estão cada vez mais raros, a quadra da escola vira celeiro de ases.
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E quando aquele que sonha é uma criança especial, que teve seu desejo de vida interrompido por um acontecimento trágico ou pela loteria genética, a importância do esporte ganha dimensões olímpicas. Foi para que todas as crianças tivessem o direito de sonhar que Blumenau inseriu na iniciação esportiva o projeto Paradesporto Escolar. Com quatro anos de funcionamento, hoje o projeto atende 200 alunos em oito modalidades e, mais do que formar campeões, colabora para a melhora do desenvolvimento e com a integração social de cada um deles.
>> Assista o vídeo onde as famílias falam da importância do Paradesporto Escolar
Quando começou o projeto, em 2011, a coordenadora do paradesporto de Blumenau, Giselle Margot Chirolli, tinha como objetivo tirar as crianças com deficiência de casa e integrá-las à sociedade para promover a melhora na qualidade de vida:
– Eu sempre quis fazer o Paradesporto Escolar, porque não tinha esse trabalho no Brasil, não se tinha acesso fácil às escolas. Percebi que essa política pública estava errada. Se existe o direito do contraturno esportivo para crianças sem deficiência, as com deficiência tem o mesmo direito.
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Atualmente, os benefícios do esporte na vida de cada um dos atletas é mensurada a partir de pesquisas feitas com pais e professores. A mais recente tabulou os dados do ano de 2014, quando 83 dos 130 alunos inscritos no projeto na época responderam às questões.
De acordo com a pesquisa, cada família notou mudanças em mais de um aspecto das crianças, como melhorias na comunicação, sociabilidade, autoestima e autonomia, totalizando 190 melhorias apontadas. Em 26 casos a prática de esportes diminuiu o uso de medicamentos e 52 famílias iniciaram um programa de qualidade de vida desde que a criança começou a praticar alguma modalidade paralímpica. Além disso, em 67 casos houve melhorias no aprendizado e no convívio social e 62 alunos tiveram interesse em praticar mais de uma modalidade.
Na avaliação feita por 51 professores envolvidos com as crianças que participam do projeto, 45 consideraram que a prática de esportes melhorou a concentração das crianças; 47 apontaram melhoras na convivência e observaram avanço na coordenação motora fina. Os resultados ficam visíveis nas histórias de Yuri, Igor, Camilla, Nayara, Guilherme e Alex.