Foram seis anos de espera até que Vanessa Mirela Fernandes Tridente, 36 anos, pudesse fazer seu olhar encontrar com os olhos azuis de Pedro. Ele viria, mesmo que os especialistas dissessem que as chances de ela e o marido, o empresário Geraldo Tridente, 56 anos, conseguirem ter um filho juntos era muito pequena. Havia a baixa contagem de esperma, havia o ovário policístico, mas havia também um desejo imenso de formar uma família com o fruto do amor existente entre eles.

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Foi a esperança, muito mais do que qualquer ciência exata ou técnica avançada de medicina, que garantiu que, neste Natal, Pedro esteja engatinhando pelo chão da casa dos avós, em Minas Gerais.

Juntos há 12 anos, Vanessa e Geraldo tentavam fertilização in vitro desde 2010. Por isso, mesmo depois de se mudarem de São Paulo para Joinville, ela continuou viajando para dar continuidade ao tratamento – às vezes, até três vezes em uma mesma semana.

– Como eu tinha um problema no preparo do endométrio, foram 11 tentativas para fazer três transferências (de embriões). Para essas 11, eu fui, em média, de seis a oito vezes para São Paulo – conta Vanessa.

A terceira fertilização in vitro mostrou que havia chance: dois embriões se desenvolveram. No entanto, a comemoração e o alívio deram lugar à tristeza quando um aborto natural ocorreu na nona semana de gestação e o segundo, na 11ª semana.

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Por isso, quando os primeiros sinais de que Pedro estava se desenvolvendo dentro da barriga da mamãe apareceram, ela não acreditou.

Não havia técnica de fertilização, nem transferência de embriões. Não havia explicação, e ao mesmo tempo os sintomas eram interpretados de todas as outras formas possíveis. Ela ainda se preparava para viajar a São Paulo para dar início à quarta tentativa quando o teste de gravidez comprado na farmácia deu positivo.

Vanessa comprou o teste em segredo após uma sugestão do marido, que suspeitava da gravidez. E mesmo tendo dado a ideia, Geraldo foi pego de surpresa ao saber que o teste já havia sido comprado e dado a certeza do sonho do casal.

Naqueles dias, o grito de felicidade ainda ficou preso na garganta. O medo de um novo aborto natural só permitiu a comemoração depois do exame de sangue, do ultrassom e da 11º semana, quando o médico afirmou que os riscos de perdê-lo eram mínimos.

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– Ele foi um guerreiro desde o começo, porque lutou para ficar. Ele avisou “para com a medicação porque eu tô aqui”. Ele deu sinal de vida – diz Vanessa.

Nenhum médico que acompanhava o tratamento do casal conseguiu explicar como Pedro pôde ser resultado de uma gravidez natural. Para os pais, ele é um verdadeiro milagre – a concepção aconteceu no aniversário de dez anos de casamento, como um símbolo da família que eles sonhavam a partir da união.

Agora, o pequeno de nove meses preenche a casa e é o companheiro de todas as horas da mãe. Desde que nasceu, não houve espaço para a tristeza e a única preocupação é de que ele tenha tanta força para encarar o mundo quanto a que teve para fazer parte dele.

– Temos uma empresa e temos que tomar cuidado. Há funcionários que dependem da gente. Então, é impossível não vivenciar a crise no País. Mas acho que isso não abalou tanto a gente por causa dele, porque ele trouxe a luz para a gente. O que eu quero é que ele viva em um mundo de paz, e com saúde, porque assim poderá lutar pelo que quiser – sonha a mãe.

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