– Estou emocionada, alegre e preocupada. Emocionada e alegre porque é a história da minha família e preocupada porque é uma viagem longa, um idioma diferente, né? – diz a psicopedagoga Maria Aparecida Granemann José, 60 anos.

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E provavelmente muitas pessoas sentiriam o mesmo se estivessem no lugar dela. No dia 9 de setembro, ela embarca para a Alemanha, na companhia da amiga e historiadora Renilda Boing, onde ficarão por pouco mais de dois meses. O objetivo de ambas é investigar a origem de suas famílias que imigraram para Santa Catarina.

Maria Aparecida, ou Cida, mora há dez anos em Joinville, mas é natural de Santa Cecília (SC), cidade fundada por imigrantes alemães, entre eles Heinrich Granemann, que chegou ao Brasil em 1828. Desde 1992, Cida pesquisa o tema, motivada pela vontade de conhecer a história dos maiores proprietários de terras da região e, claro, deixar um registro para sua família.

O brilho nos olhos denuncia a emoção de Cida ao falar no assunto. Mesmo sem nunca ter tido alguma experiência como historiadora, o

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hobby, como ela define, resultou no livro História da Família Granemann, escrito em parceria com os primos Floresnal Granemann e Jandira Granemann Ribeiro, publicado em sua terra natal em 2009, sendo pioneiros no assunto.

A pesquisa não parou por aí. Depois de receber o apoio de diversos familiares espalhados por diversos lugares do País, Cida recebeu pedidos do livro de outros Granemann que moram nos Estados Unidos, Canadá e Argentina, por exemplo.

Como também havia material de pesquisa que não fora publicado, Cida se cadastrou em um site americano especializado em pesquisa genealógica. Não demorou muito para ela ser surpreendida.

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– Eu entrei (no site) e vi várias pessoas conversando sobre suas pesquisas. Como eu nunca fiz isso, apenas publiquei sobre quem eu era e que pesquisava sobre minha família e ficava apenas observando o que elas conversavam. Foi então que notei que havia um senhor Granemann no site e entrei em contato com ele – afirma, emocionada.

Do contato com um Granemann norte-americando, Cida conseguiu encontrar mais

nformações sobre a imigração da família e descobriu a cidade alemã da qual seus antecedentes partiram para outros continentes e que ainda havia gerações da Granemann morando lá.

A realização de um sonho

A euforia tomou conta de Maria Aparecida quando conseguiu o e-mail de um familiar que mora na Alemanha. Mas preferiu o método clássico e quase obsoleto para entrar em contato com eles. Nesse período, ela cursava inglês e alemão.

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– Eu consegui o endereço deles e escrevi uma carta. Eu acho que pela internet as pessoas não acreditariam ou não achariam seguro, é um meio complicado para isso. Escrevi quem eu era e coloquei meu e-mail no fim do texto. Não demorou muito e eles me responderam via e-mail – conta.

Com a ajuda do tradutor, eles se comunicam até então. No dia 9, Cida embarca para Frankfurt, passará por Düsseldorf e Rhede, cidade da família Boing, sobre a qual sua amiga irá pesquisar.

No dia 30, elas chegam a Hille, onde finalmente se encontrarão com membros da família Granemann. Segundo Cida, eles já possuem um roteiro definido com os principais pontos da cidade, museus e, claro, muitos castelos.

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Depois, as amigas passarão por Bremen, cidade portuária de onde saiu o primeiro imigrante, e percorrerão outras oito cidades, refazendo o caminho dos imigrantes alemães. Do resultado da viagem, Cida escreverá seu segundo livro, que pretende lançar em breve.

Casada, mãe de três filhos e avó de dois meninos, Cida afirma que a família é que a encorajou para a aventura.

– Essa viagem é a realização de um sonho. Vai ser cansativo e difícil por causa do idioma, mas vou conquistar algo que eu sempre quis – revela.

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