Cerca de quatro anos após o governo estimular intensamente a produção da mamona e do pinhão-manso para fabricação de biodiesel, como forma de resolver o problema de renda dos produtores do Semiárido nordestino, o projeto ainda não vingou.

Continua depois da publicidade

Segundo Pedro Arraes, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), houve uma precipitação em se lançar programas antes de um estudo completo sobre a viabilidade econômica, de sustentabilidade e social, além de pesquisas mais avançadas.

– A velocidade da política nem sempre é a velocidade da técnica – disse.

Para Arraes, as políticas públicas precisam respeitar o tempo da pesquisa.

– Não acredito que seja má intenção, é a vontade de resolver um problema. A Embrapa é vendedora de sonho. Então, às vezes a gente vai ao local e fala com uma plateia e a pessoa toma aquilo como pronto e já vira verdade, e não é feito estudo econômico, de sustentabilidade, social – afirmou.

Continua depois da publicidade

No caso da mamona, ele explicou que um dos problemas foi a falta de capacitação dos pequenos agricultores para tirar a toxidade da planta. No caso do pinhão-manso, o problema se repetiu. Um exemplo de programa bem estruturado, segundo ele, é o do dendê para a produção de óleo.

– Esse é um programa que nasceu com política de crédito associada à técnica e ao zoneamento – disse.

Segundo o presidente da Embrapa, os produtores de dendê da Região Norte se associaram e fecharam contratos com empresas que se comprometeram a comprar todo o produto.