Prefeito eleito de Porto Alegre Nelson Marchezan (PSDB) participou na manhã deste sábado do Programa SuperSábado, da Rádio Gaúcha.

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O clima de descontração, marcado por perguntas sobre temas leves, não impediu que Marchezan falasse forte, mais uma vez, sobre corrupção.

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Destacou que o setor público só vai mudar com a pressão da sociedade, ao comentar a investigação que o Ministério Público Federal (MPF) abriu sobre o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) por ministros do governo Michel Temer em 238 voos:

— A sociedade tem que exigir, bater, entender que é dona do setor público.

O prefeito eleito participou do programa por pouco mais de uma hora, sendo entrevistado pelos apresentadores Kelly Matos e Wianey Carlet.

Questionado sobre quantas secretarias já estão com titular definido, Marchezan disse que ainda não tem todos os dados necessários para saber da situação financeira da prefeitura e fazer definições. Ele destacou que o prefeito José Fortunati (PDT) está sendo muito “solícito” para prestar informações, mas que não é simples obter dados tão rapidamente.

— Vamos esperar que a consultoria nos diga quantas secretarias são necessárias para administrar bem nesse tempo de crise. Isso pode ser revisto depois — explicou o prefeito eleito.

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Marchezan destacou que Porto Alegre é a capital com maior número de secretarias no país. Também não faltou o tema segurança pública. Apesar de destacar que garantir a segurança não é responsabilidade do executivo municipal, Marchezan ressaltou que a violência tem sim que ser uma preocupação da prefeitura. E destacou a falta de estrutura na área policial:

— A Força Nacional está aqui, maior respeito, mas não tem um carro blindado. Que Força Nacional é essa? Muitos veículos sem estepe. É mais um efeito psicológico. Eles não têm a estrutura que deveriam ter para ser chamados de Força Nacional, assim como nossos policiais com coletes vencidos e sem armamento.

Ao confirmar que está solteiro, o prefeito eleito contou que está morando com a mãe por causa de um problema que teve ao reformar a cozinha. Admitiu não saber cozinhar bem.

Ao falar sobre problemas da cidade, Marchezan destacou que chamará a iniciativa privada para contribuir em questões como relógios, placas de sinalização e praças mais limpas e melhor cuidadas. Quando Tânia Carvalho perguntou sobre projetos na área da Cultura, o prefeito eleito lembrou que Porto Alegre teve grande redução de eventos culturais e que precisa ser mais alegre:

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— Vamos ter que ter criatividade para reativar isso. Cultura tem que ser forma de lazer, tem que ter algum resultado econômico, tem a questão educacional e da marca da cidade. Vamos buscar recursos privados. Porto Alegre precisa ser mais alegre. Não é um trabalho só do prefeito.

Marchezan falou da dificuldade de responder a centenas de mensagens que recebe, mas disse fazer questão de responder ele mesmo ao que recebe em seu celular. É gremista, mas não acompanha futebol e diz não saber nomes de jogadores. Pigarreando e aplicando spray na garganta, Marchezan disse que gosta de sair, beber cerveja e ouvir música alta, mas que não tem conseguido ter tempo para lazer.

Questionado sobre o que não gosta em sua personalidade, o prefeito eleito falou da característica de ser incisivo demais:

— Sou muito incisivo, às vezes, sou brabo, sem paciência.