Uma intervenção do cardeal brasileiro Odilo Scherer em defesa da gestão do Banco do Vaticano nesta segunda-feira teria incomodado cardeais estrangeiros. A informação foi publicada nesta terça-feira por jornais e blogs italianos, que identificaram dom Odilo como “candidato da Cúria” à posição de Papa, numa referência ao apoio dado ao brasileiro pelo cardeal camerlengo e atual secretário de Estado, Tarcisio Bertone. Dom Odilo é um dos cinco cardeais que supervisionam as atividades do Banco do Vaticano. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, havia confirmado que o banco fora tema de debate durante a última congregação antes do conclave, na segunda-feira, e que Bertone tinha sido chamado a prestar esclarecimentos.
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Segundo o jornalista Paolo Rodari, do jornal La Repubblica, a cotação de dom Odilo entrou em “queda vertiginosa” depois de uma “intervenção defensiva sobre o Ior e a gestão das finanças vaticanas”. No site Il Savagente, Giulia Nitti afirma que “o brasileiro defendeu fortemente a Cúria romana, provocando muito desconforto entre os purpurados estrangeiros”.
Denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro no Banco do Vaticano, oficialmente denominada Instituto de Obras da Religião (Ior), ganharam impulso durante o episódio conhecido como VatiLeaks, durante o qual documentos secretos do Vaticano foram revelados pela imprensa.
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