Embora importante, o contorno viário não vai desafogar a BR-101 na Grande Florianópolis. A avaliação é do presidente da Câmara de Infraestrutura da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar. A atual previsão de entrega da obra é 2020, com oito anos de atraso. E, diante de empecilhos a resolver, pode demorar mais.
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Enquanto a obra atrasa, o movimento na 101 não para de aumentar. “Realmente não vai resolver o problema dos congestionamentos constantes na BR-101 na Grande Florianópolis. Vai receber parte do fluxo de caminhões, principalmente, mas o crescimento do fluxo vai anular o ganho que o contorno vai proporcionar”, afirmou Aguiar, em entrevista ao Notícia na Manhã desta quinta-feira na CBN Diário.
Para Aguiar, é preciso pensar em uma solução para melhorar o traçado atual da própria 101, que continuará a receber o trânsito local de Palhoça, São José, acesso a Florianópolis e Biguaçu.
Situação da obra
Desapropriações de 175 propriedades, licença ambiental de 3,6 quilômetros e aprovação do projeto orçamentário, revisado por causa da mudança de traçado, são os três fatores que atrasam a conclusão do contorno rodoviário, segundo o engenheiro Marcelo Modolo, que atua na Arteris (concessionária da BR-101) como superintendente da obra. À Câmara de Transporte e Logística da FIESC, na tarde de quarta-feira, ele relatou o andamento da obra, que estima ser a segunda maior do Brasil, atrás apenas do Rodoanel de São Paulo. Informou que 35 dos 50 quilômetros que totalizam o trabalho já foram iniciados e devem ser concluídos até o final de 2019. Modolo prevê para o final de 2020 a conclusão dos 15 quilômetros restantes, que dependem exatamente da consecução dos três fatores.
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“Na nossa visão, o prazo dado pela concessionária, de 2020, não será exequível e precisamos de uma pressão da sociedade catarinense no sentido de acelerar os procedimentos para que tenhamos a conclusão dessa obra”, alerta Aguiar, apreensivo com a morosidade de órgãos responsáveis pelas aprovações das demandas, incluindo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
No total, o contorno exige desapropriações de 1.018 propriedades, das quais 843 já foram realizadas. Das 175 restantes, 157 encontram-se no trecho Sul, no município de Palhoça. É neste trecho final da obra que também resta o licenciamento ambiental de 3,6 quilômetros, que tramita no Ibama, e onde ocorreu a mudança do projeto, decorrente da implantação de condomínios residenciais no local do traçado original, o que determinou a necrsssidade de três novos túneis. A alteração exigiu a revisão orçamentária – e provavelmente da tarifa de pedágio posterior –, que está em análise na ANTT.
Nos demais trechos, as obras prosseguem e devem ser concluídas até 2019, a se confirmar a previsão do superintendente. No trajeto, restam a execução de um túnel, além de viadutos e pontes. A maior dificuldade, neste caso, são os solos móveis e o excesso de chuvas. Por isso, aterros de acesso a pontes e viadutos estão em fase de compactação, processo que pode perdurar por até nove meses. Mesmo que os canteiros fiquem “em descanso”, a estrutura de concreto pré-moldado já está fabricada, informou Modolo.
Ouça a entrevista com Mario Aguiar: