A iniciativa do ilustrador carioca André Amaral movimentou as redes sociais e colocou ainda mais lenha na fogueira de protestos masculinos pelo fim da proibição do uso de bermuda no ambiente corporativo
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Mais de 12 mil curtiram e outros oito mil compartilharam imediatamente uma foto postada por André Amaral Silva no Facebook. Sofrendo com o calor, o ilustrador carioca achou uma solução bem-humorada para fugir da proibição de trabalhar de bermuda: usou uma saia feminina. O registro postado na rede social correu o Brasil e reforçou a bandeira masculina levantada desde o começo do verão: se elas podem mostrar as pernas em vestidos, saias e bermudas, os homens também querem ter direito a usar roupas mais fresquinhas para trabalhar nesses dias de calorão recorde.

A ideia de André entra na mesma linha espirituosa do bermudismo, movimento criado por três amigos para incentivar as empresas a liberarem a peça no escritório. Na página www.bermudasim.com.br, o funcionário digita o e-mail do chefe e o site envia para ele uma mensagem anônima com o apelo para a liberação da bermuda (veja abaixo o e-mail que chega na caixa de entrada).

Enquanto a bermuda não pega e nem todos os homens empolgam-se com a ideia da saia, órgãos públicos, que antes exigiam calça, paletó e gravata, começam a abrir exceções. O Tribunal de Justiça de São Paulo foi um dos primeiros, desobrigando os advogados do uso do traje completo. Durante a permanência do calorão, calça social e camisa são liberados. Com a promessa de dias mais quentes pela frente, o movimento deve se intensificar. Se não surtir efeito, mais atitudes extremas, como a de André, devem vir à tona.
– Depois de dois anos trabalhando sem ar-condicionado em meu prédio e após ter tentado buscar uma solução com os administradores durante todo esse tempo, sem sucesso, resolvi vir trabalhar de saia – justificou ele. – O rapaz da portaria quis me barrar, surpreso e constrangido, e pediu que me dirigisse ao coronel da PM que administra o prédio. Expliquei para ele a situação e o mesmo, muito gentil e cordato e sem a mínima surpresa, orientou o porteiro dizendo a ele: “Pô, de saia pode deixar entrar” – escreveu o ilustrador no Facebook.
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Abrir mão da gravata já dá uma boa amenizada no calor. Se o chefe ainda não liberou o uso da bermuda, mas deu sinal verde para deixar a gravata em casa, inspire-se em George Clooney, Ryan Gosling e Bradley Cooper para adequar o traje às temperaturas elevadas:
– Troque o traje preto pelo azul ou cinza, que são menos quentes. O bege também pode entrar na lista, mas carrega um ar mais despojado, que não cai bem em locais muito formais.
– Adote camisas claras e, de preferência, 100% algodão. Modelos com poliéster ou outros tecidos sintéticos esquentam mais.
– Para um visual mais clássico, abra apenas o primeiro botão da camisa. Os mais despojados podem abrir até dois. Mais do que isso, gera grande risco de comprometer a produção.
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