Uma atitude humilde e sensata. Esta foi avaliação da Diocese de Joinville sobre o anúncio que pegou a comunidade católica de surpresa: a renúncia do Papa Bento XVI. Sem palavras para expressar no momento, só após ler a carta redigida pelo pontífice que o bispo de Joinville, dom Irineu Roque Scherer, conseguiu falar sobre o assunto.
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– Apesar de não ser o primeiro papa a renunciar ao cargo, nos tempos modernos essa decisão é inédita. Nos pegou de surpresa, claro. Mas dá para compreender perfeitamente os motivos de sua renúncia, como a idade avançada, a falta de condições físicas para administrar a Igreja -, ponderou o bispo.
As especulações de que a renúncia estaria diretamente ligada à imagem conservadora de Bento 16 também não assustam o bispo.
– Vão surgir diversas especulações. De que ele era da linha tradicional nesta era moderna. Mas a verdade não é essa. Ele deixou claro suas razões e as apresentou com muita humildade -, acredita dom Irineu.
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Para ele, a realidade é que os oito anos de papado de Bento foram suficientes para trazer mais segurança ao catolicismo.
– Antes de ser papa, ele já era tido como um dos maiores teólogos da Igreja. Depois, ele foi por muitos anos o presidente da Congregação da Doutrina da Fé, e a dirigiu com muita sabedoria. Além de que sempre esteve com João Paulo 2º em todas suas decisões. Ele conseguiu continuar o legado de João Paulo -, complementou dom Irineu.
Neste período de transição, observa ainda o bispo, as orações em todos os cantos do Planeta devem se multiplicar – inclusive em Joinville.
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– As pessoas vão se unir. Vai surgir aquela boa expectativa em saber quem irá assumir. Está nas mãos do Espírito Santo.
Sobre o sucessor, dom Irineu diz que há cardeais mais novos, como João Braz de Aviz, e o cardeal-arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer, que também fala várias línguas e conhece bem o Vaticano.
– Mas é muito difícil falar sobre quem poderá assumir. Será uma surpresa novamente. Eu ficaria feliz com um papa latino-americano, africano ou ainda um asiático.
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