Para curtir uma boa ‘fossa’: músicas que embalam as desilusões amorosas

A imagem de uma mulher abandonada: Delzuíte. O som de Alcione tocando, dias seguidos, diante de uma traída em prantos… O malandro Pescoço, livre, leve e solto em vários capítulos de ‘Salve Jorge’. E lá vem a pergunta: uma boa canção pode ser o remédio certo para uma intensa dor de cotovelo? Especialistas, leitores e, até Reginaldo Rossi, nos ajudaram a compor uma resposta para nossa dúvida. Enxugue as lágrimas e boa leitura!

Uma fossa daquelas

Olhos fundos, cabeleira despenteada e uma música – na maioria das vezes, cafona – bem alta, tocando no radinho da sala. A cena poderia estar em qualquer trama da Globo. A situação? Uma fossa daquelas.

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Mas engana-se quem pensa que isso é coisa de novela. Entregar-se ao sofrimento diante de uma traição, ao ser abandonado, ou até mesmo ao lembrar de uma grande paixão não correspondida, faz parte da natureza humana. Ninguém está livre de ter o coração partido.

O importante, segundo a psicóloga Adrienne Lago, é buscar, sempre, uma luz no fim do túnel:

– Partindo do princípio que é impossível se apagar o que aconteceu no passado, é relevante destacar a importância de buscar uma maneira de resumir e transformar o que, de certa forma, provoca um sofrimento desmedido. O importante é procurar dar um novo sentido à vida. Tudo para que, posteriormente, consiga seguir em frente. Permitir a expressão das emoções, chorar e vivenciar o luto são alguns fatores que podem colaborar para que possamos experimentar outras possibilidades de se experimentar enquanto ser no mundo – afirma.

No fone de ouvido, todo sentimento do mundo

E onde a música entra nesse balaio de emoções? A personagem Delzuíte, de Salve Jorge, encontrou na cantora Alcione seu porto seguro depois de ter sido traída pelo amado – e safado – Pescoço. E se funciona na telinha da TV, por que não funcionaria aqui fora, na vida real?

Para a estudante Jéssica de Oliveira, sofrer faz parte do processo e nada como uma música bem romântica para aumentar ainda mais o desespero. Depois de ser traída cinco vezes em um mês, ela dá a receita para dar a volta por cima:

– Comer e chorar é uma boa receita pra curtir uma dor de cotovelo. Depois, o segredo é curtir a vida, se arrumar e partir pra outra. Quando estava na fossa, escutava muita música gaúcha. Tem umas que são bem românticas, que fazem chorar muito – contou.