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O reconhecimento de um bom trabalho fica ainda melhor quando acompanhado de um aumento salarial. Entretanto, para fazer o pedido é preciso bem mais que coragem de sentar-se na mesa com o chefe. Com a proximidade do fim do ano, fazer uma boa análise da produção em 2010 é o primeiro passo para os que querem começar 2011 com um contracheque mais gordo.

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Para o diretor de projetos da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Vladimir Araújo, os momentos mais adequados para se pedir aumento são em fins de projetos e no início do ano.

– É quando você pode estabelecer um tempo de trabalho em que os resultados poderão ser vistos e apresentados. Assim, o funcionário tem como se encher de argumentos que demonstrem que ele merece um salário maior – justifica.

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Segundo ele, o empregado deve sempre lembrar que, ao pedir um reajuste, ele está se queixando para a empresa. Por isso, é necessário conhecer bem a situação em que ela se encontra.

Além de analisar se a empresa está bem das finanças, o funcionário deve fazer pesquisas de mercado para saber se a sua renda está equiparada com a de outros em cargos idênticos.

– O empregado deve observar como os aumentos acontecem dentro da empresa e também se ele fez algo diferente para merecê-lo.

A máxima de que ninguém é insubstituível não é encarada como verdade absoluta no mundo dos negócios. Os patrões querem manter os bons funcionários e, em muitos casos, é um salário maior que garante essa permanência.

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– Temos que dar valor ao bom profissional e não adianta só elogiarmos. A empresa sempre sabe quem são aqueles que mais se destacam e precisa reconhecer o talento também com aumentos – assegura a empresária Gisela Bresser, proprietária de uma loja de roupas em um shopping de Brasília.

Plano B para o não

A negativa é sempre uma possibilidade. E, se ocorre, o melhor é procurar alternativas para, de alguma forma, obter lucros além dos financeiros. Um não para aumento não precisa ser também para um treinamento, curso ou MBA patrocinado pela empresa.

– O empregado deve sempre ter em mente um plano B, com outras possibilidades, para que ele possa amarrar ao pedido de maior salário. Também deve pedir dicas de como melhorar, se houver o não. Ele só deve cogitar sair da empresa caso perceba que outras pessoas, com o mesmo cargo, estão recebendo aumento por merecimento e ele não – explica Vladimir Araújo.

O funcionário também deve ficar atento ao que pode aprender sobre o próprio trabalho antes de pedir.

Quando a recompensa pelo esforço não exige conversas tensas com patrões, há maior estímulo para que os empregados trabalhem com mais afinco. E muitas companhias criam mecanismos próprios para que isso ocorra.

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Na hora de fazer o pedido

1. Avalie a situação financeira da sua empresa antes de pedir um aumento. Se ela não estiver bem, a conversa não vai render e você ainda passará a impressão de que desconhece o seu local de trabalho.

2. Faça uma pesquisa no mercado sobre qual é a média salarial daqueles que têm cargo igual ao seu. Assim, você pode ter ideia de quanto pode ser o aumento.

3. Analise sua produção, fazendo uma lista dos seus trabalhos. Não adianta pedir aumento caso você não tenha feito nada diferente dos outros. É preciso ter certeza de que é merecedor de um salário maior.

4. Pesquise qual a política salarial da sua empresa. Converse com o setor de Recursos Humanos e saiba como seus patrões encaram o pedido.

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5. Vá preparado para um não. O importante é ter um plano B que ajude não só a superar o constrangimento, mas possa garantir alguma benefício, como um curso ou treinamento.

6. Procure ter a conversa em dias de bom humor do patrão. “Converse depois que o time dele tenha vencido”, brinca Vladimir Araújo, da Ricardo Xavier Recursos Humanos. Se vier a negativa, jamais implore. “Nunca banque o coitadinho. A empresa não é instituição de caridade”, completa.

Fonte: Vladimir Araújo, diretor de projetos da Ricardo Xavier Recursos Humanos