Dos cinco títulos conquistados pelo Brasil, três estavam representados por jogadores em Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira. Cafu (2002 e 1994), Márcio Santos (1994) e Mengálvio (1962) falaram sobre o momento atual do futebol brasileiro e contaram histórias do tempo em que jogavam vestindo a camiseta da Seleção Brasileira. O capitão do pentacampeonato, porém, prefere afastar comparações da equipe pela qual foi campeão 12 anos atrás com a que disputará o próximo Mundial.

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– A semelhança do time atual para a equipe de 2002 é nenhuma, praticamente. Por um simples motivo: a seleção de 2002 foi concreta e conseguiu conquistar a Copa do Mundo. Dificilmente você consegue comparar uma seleção que já foi campeã com uma que está em formação. É uma equipe fantástica, mas tem um desafio muito grande pela frente, que é trazer alegria ao povo brasileiro – afirmou o ex-camisa 2.

O tetracampeão Márcio Santos não destoou do discurso de Cafu. Quando perguntado sobre o que falta para o atual time de Felipão, o ex-zagueiro foi categórico:

– Acho que falta uma coisa só: experiência. O próprio Neymar, por exemplo, é craque, mas nunca jogou Copa do Mundo. Em 1994, quando eu entrava em campo, passava um filme na minha cabeça. Na hora do hino, eu pensava: eu estou entre os 11 titulares e o Brasil tem 200 milhões de habitantes, é um privilégio enorme, uma pressão grande. Essa inexperiência de Copa do grupo atual, tomara que não pese muito. O Brasil já perdeu a Copa de 1950 em casa. Então os brasileiros não vão ter paciência de perder outra Copa dentro do país. A pressão vai ser maior.

Para Cafu e Márcio Santos, a solução é mesclar a experiência com a juventude dos convocados. O ex-lateral aposta na sabedoria de Felipão.

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– O trabalho do Felipão é um trabalho correto, justo, ele está no caminho certo. A conquista da Copa das Confederações fez com que o povo brasileiro acreditasse no trabalho dele e com que os próprios jogadores acreditassem que poderiam fazer algo de muito bom nessa Copa. A expectativa é muito grande, muito boa. Acho que tudo aquilo que o Felipão passou para nós em 2002 ele está tentando passar para este grupo agora, que é jovem, tem poucos jogadores experientes – diz Cafu.

Já o ex-zagueiro, acredita na combinação do conhecimento do técnico com a confiança depositada em Julio César.

– Todo jogador de futebol precisa de confiança. O Felipão é experiente neste sentido. Então já garantiu o Julio César e praticamente o Fred. Achei legal, porque são jogadores de qualidade e experiência. Quanto mais jogadores de experiência tiver, melhor para a Seleção – avalia Márcio Santos.

Bicampeão mundial com o time que disputou a Copa de 1962, Mengálvio cita as diferenças que considera determinantes entre as equipes da década de 60 e as dos tempos atuais.

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– Naquela época, a melhor maneira era convocar jogadores que atuavam juntos. Eles decidiram juntar dois times, o Santos e o Botafogo, para existir um entrosamento melhor. Hoje não precisa mais isso. A individualidade prevalece. Gostaria que existisse um futebol-arte, mais técnicos. Hoje é mais rígido, os jogadores correm mais que a bola.

Os três campeões mundiais participaram do lançamento da exposição Brasil, um país, um mundo, que exibe camisetas, chuteiras, bolas e outros objetos históricos utilizados em Copas. A mostra, que acontece no Praia de Belas Shopping, será aberta ao público nesta terça-feira, 25 de fevereiro, e tem entrada gratuita.