O brasileiro Roberto de Carvalho Azevêdo, um dos dois candidatos para o posto de diretor-geral da Organização Mundial do Comercial (OMC), afirmou nesta sexta-feira, que a retomada da Rodada de Doha de negociações representa um grande desafio para o grupo.

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– Sem dúvida, a retomada de Doha será um dos maiores desafios para a OMC – afirmou Azevêdo, que tem sido o representante permanente do Brasil na OMC desde 2008, em uma entrevista de Genebra, minutos depois de ele ser confirmado como candidato.

Azevêdo e o ex-ministro do Comércio do México, Herminio Blanco, são os dois candidatos finalistas que vão disputar o cargo de próximo líder global das negociações comerciais. Os governos do México e do Brasil confirmaram os candidatos na rodada final de votos, que será concluída no próximo mês.

Azevêdo afirmou que o impasse na Rodada de Doha está prejudicando o progresso em outras negociações no âmbito da OMC.

– E isso é sério porque sem esse pilar das negociações em funcionamento, a organização congela e perde sua funcionalidade – ressaltou.

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A Rodada de Doha começou em 2001 e, desde então, novas questões surgiram que afetam o comércio mundial, como as questões ambientais e novas tecnologias que mudam a maneira como as empresas operam, disse ele.

– Há uma série de temas que afetam o comércio que não estão na Rodada de Doha – afirmou Azevêdo. – Temos questões pertinentes ao comércio mundial sobre as quais os membros querem falar, mas que não são discutidas por causa dessa paralisia nas negociações que tem prejudicado a organização – concluiu.