Eles são exemplos de superação e estão prontos para um novo desafio: conquistar os primeiros títulos no CRASH-B, o Mundial Indoor de Remo, neste domingo, em Boston, nos Estados Unidos. Na competição realizada no interior de um ginásio, Josiane Lima, 35 anos e André Dutra, 33, utilizarão o remoergômetro, equipamento que simula o avanço do barco em uma raia.
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É a primeira vez que o Brasil envia representantes para o evento, realizado desde 1996, nos Estados Unidos, durante o frio inverno no Hemisfério Norte, que impossibilita a prática em lagos ou represas. Josiane e André se classificaram para o Mundial Indoor após vencerem o Crash-Ri, no início do mês, no Rio de Janeiro.
Mas até conseguirem se destacar no cenário do remo adaptado, Josiane e André venceram barreiras físicas que jamais pensaram em enfrentar. André já remava até ser vítima de um erro médico que paralisou sua perna direita do joelho para baixo. Filho do remador Carlos Alberto Dutra, o Liquinho, André encontrou na família e no esporte a força para enfrentar dois anos de fisioterapia diária e retomar a carreira para conciliá-la com a atividade de servidor público federal.
Josiane foi apresentada ao remo pelo destino, em 2006, após um acidente de moto que quase lhe arrancou a perna esquerda. Esportista desde criança, descobriu o remo no Clube Aldo Luz e não parou mais. Bronze nas Paraolimpíadas da China em 2008, acaba de ser eleita a atleta de fevereiro da Federação Internacional de Remo(FISA).
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Os dois competem contra os melhores do mundo usando o remoergômetro, equipamento simulador do movimento da remada, que é representado em um telão com o avanço do barco. Pode ser uma novidade para o público, mas os remadores estão acostumados.
– Usamos o remoergômetro quando a raia da Baía sul não apresenta boas condições para remar. Assim não perdemos um dia de treino. É quase uma prova virtual – explica Josiane.