Com o ensino a distância cada vez mais popular, quem decide aprender um idioma pode se encontrar em um dilema: vale a pena fazer aulas online ou o melhor é o tradicional curso presencial? Ambos os métodos têm vantagens e desvantagens – e, com o apoio da tecnologia, a linha que distingue essas duas possibilidades fica muito tênue.

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Vídeos, animações e conteúdos virtuais lúdicos também têm espaço em sala de aula, assim como conversação, apoio com a pronúncia e atendimento personalizado podem ser encontrados no ambiente online. A escolha depende quase que exclusivamente do perfil do aluno e do reconhecimento de suas limitações, como disciplina e tempo disponível. Confira abaixo qual opção é mais indicada, dependendo de suas próprias preferências.

Horários

Talvez a principal vantagem das aulas na internet esteja aí. É possível estudar a qualquer hora, em qualquer lugar. Para quem não tem tempo de frequentar um curso em tal dia e tal horário, a possibilidade de aprender conteúdos, tirar dúvidas e até assistir às aulas em horários não comerciais é um grande atrativo.

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– O maior diferencial do ensino online é que a plataforma fica disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano. É possível atender as pessoas no momento em que elas precisam. E a plataforma é aberta, o aluno pode estudar como quiser, seja por 30min ou 6 horas por dia – garante o diretor-geral da Englishtown, especializada em inglês online, André Marques.

Enquanto o curso presencial tem dia e horário determinados para se frequentar as aulas, online é o estudante quem faz sua agenda – o que, sem disciplina, pode virar uma armadilha.

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Tecnologia

Se o apelo tecnológico era um dos fortes dos cursos de idiomas online, a história agora é outra. O uso de ferramentas digitais tem sido muito empregado nas aulas tradicionais, a ponto de o gosto pela inovação não servir mais como principal motivação para abraçar os cursos online.

– Mesmo no curso presencial hoje usamos tablets, e o aluno pode usar o próprio celular no método BYOD (Bring Your Own Device) – relata a diretora de soluções acadêmicas do Cultura Inglesa Maria Eugênia Sanson.

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A diferença, muitas vezes, está no feedback: online, o aluno tem resposta imediata, mas se tiver dúvida precisa revisar os conteúdos. Em sala de aula, o professor pode, além de dar esse auxílio, explicar a solução e entender o que pode ter levado a uma resposta errada.

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Interação

Ambas as alternativas têm evoluído muito nesse quesito: presencialmente, há diversas possibilidades de interagir com o conteúdo a partir de ferramentas digitais; online, a interação também toma forma no contato com professores e outros alunos, via videoconferência.

– Dentro de uma metodologia de ensino, conseguimos trazer para o conteúdo virtual o que antes era restrito ao presencial. A conversação com pessoas e o contato direto com o professor também são possíveis online – afirma Marques.

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Turmas

O conceito de turma ainda é um diferencial das versões presenciais. Além da interação entre professor e aluno, a troca de experiências e o contato com os colegas ainda é um fator importante para muitos.

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– Os alunos ainda gostam do fator social, da oportunidade de interagir com os colegas, como aluno e como indivíduo. E isso faz diferença no aprendizado: afinal, a comunicação não se faz só através da língua, mas também da linguagem corporal, do contato visual – diz a diretora acadêmica do Cultura Inglesa.

Enquanto as aulas tradicionais são voltadas para todas as idades, mas têm dificuldade em atrair os adultos, o ensino online está mais voltado para esse público, que podem encaixar as aulas nos horários que tiverem disponíveis fora da rotina de trabalho – geralmente incompatível com os turnos oferecidos pelas escolas de idiomas.

– Nosso foco maior é no público de 25 a 40 anos, mas tem crescido o número de pessoas com 50, 60 anos que têm utilizado a plataforma – explica o diretor-geral da Englishtown.

Disciplina

Se o horário de aulas é uma grande vantagem do curso online, a contrapartida está na disciplina necessária. Ao optar pelo ambiente virtual, o aluno passa a depender somente de si. Não há o compromisso de um horário definido, nem cobrança do professor ou da turma. A autonomia traz liberdade, mas exige disciplina, especialmente de quem não está acostumado a estudar na internet.

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– O online precisa de um aluno muito disciplinado, determinado, que leve o curso até o fim. Afinal, está tudo na mão dele: é o aluno que escolhe quando estudar. Se não for disciplinado, ele pode desistir no meio, ou não encontrar incentivo para continuar – diz Maria Eugênia.

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Custo

Sem material didático em mãos, sem espaço alugado para aulas, o curso de idiomas online é muito mais barato, certo? Nem sempre. Há profissionais envolvidos em todas as etapas do desenvolvimento da tecnologia e da metodologia de ensino em um site. Muitos contam com aulas em tempo real, professores de plantão e atualizações constantes. Isso tudo custa caro, e os responsáveis pelos cursos apontam que os preços estão se equiparando. Mesmo que um plano básico online seja mais barato, o aluno que quiser contato direto e pessoal com um professor, por exemplo, poderá ter de pagar mais por isso.

* Zero Hora