Amigo de Teliana Pereira, Alex esteve em Florianópolis para acompanhar a tenista no Brasil Tennis Cup. Ex-jogador do Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro e da Seleção Brasileira, Alex tem uma filha que ama o tênis. Maria Eduarda, 11 anos, é fã de Teliana.
Continua depois da publicidade
Veja outras notícias sobre o Brasil Tennis Cup
Mais informações de esportes
– Nos conhecemos por uma coincidência, minha esposa fazia aulas de tênis ainda na Turquia (quando defendeu Fenerbahçe) e minha filha pegou o gosto pela coisa e começou a bater bola. Em uma coincidência enorme descobrimos que somos vizinhos de muro da Teliana em Curitiba. A minha filha sempre a teve como referência, e tínhamos uns amigos em comum com a Teliana. Só que nessa loucura da Teliana correr o circuito ela nunca estava em casa, um dia ela apareceu lá no muro e começamos uma amizade – explicou Alex.
Continua depois da publicidade
O tênis é hoje uma das atenções do ex-jogador por causa da filha, mas o futebol continua sendo uma das principais atividades de Alex.
Hoje, ele é comentarista nos canais ESPN e também um dos líderes do movimento Bom Senso FC, que quer a mudança no esporte como um calendário maior para times fora das principais divisões do Brasil. O DC aproveitou o momento e conversou com o ex-jogador sobre o momento conturbado que vive o futebol no Brasil e no mundo.
Diário Catarinense – O Zico está buscando o apoio de cinco confederações para ser candidato a presidência da Fifa. O que você acha disso?
Continua depois da publicidade
Alex – O Zico é um amigo pessoal e não conversei com ele sobre isso. Estarei com ele no fim do mês e terei uma noção melhor do assunto. Acho que ele está entrando mais para conhecer o terreno. O Platini é muito favorito e o continente europeu tem muitas confederações e ele tem a experiência da UEFA. Espero também que o príncipe da Jordânia (Ali bin al-Hussein) venha para a eleição, que o sul-coreano (Chung Mong-joon) continue. Que tenha várias chapas para que aos poucos esse processo seja mudado.
DC – Você acha que estamos conseguindo aproveitar esse momento para mudar o futebol?
Alex – Não. Com certeza não. Existe uma diferença grande sobre o que é a Seleção Brasileira e o futebol brasileiro. A Seleção é muito bem cuidada, rentável. Fui atleta da Seleção durante uns nove anos e sei que lá dentro não falta nada. Tudo funciona bem. Teve esse absurdo dos 7 a 1, mas não tem mais volta. Nada tem a ver da maneira de cuidar da Seleção, ela é bem cuidada. Já o futebol brasileiro não. Ele fica cada vez mais pobre e com dificuldades. E não falo isso da primeira divisão. A Série A caminha bem. E se tiver um melhor gerenciamento dos clubes e talvez com a MP do Futebol passando pela presidente Dilma (Rousseff), dando um poder de responsabilidade maior dos dirigentes, talvez as séries A e B deem uma caminhada boa. Eu falo de futebol de categorias menores, de emprego de equipe que não tem divisões nacionais.
DC – O que acha da volta da Copa Sul-Minas?
Alex – Tenho as minhas dúvidas ainda, porque a minha preocupação não é com essas grandes equipes. As grandes equipes daqui e dos outros estados da Sul-Minas têm calendário. Eles se posicionam no mercado de alguma forma. E em Curitiba eu me posicionei sobre isso com alguns dirigentes de Atlético-PR e Coritiba e me falaram de também ter essa preocupação. É nesse sentido acho que o futebol brasileiro não está aproveitando a chance. Depois da tragédia do Mineirão, algumas coisas poderiam ter sido feitas e não foram.
Continua depois da publicidade
DC – E a CBF não consegue colaborar.
Alex – O sistema da CBF é engessado, a gente vê, infelizmente, o Marco Polo (Del Nero) em uma prisão domiciliar. Ele mesmo se prendeu. Mesmo não tendo nada contra ele, ou investigando. Ele próprio se prendeu em casa. Isso realmente dá uma trancada em possíveis mexidas na CBF. Espero que se a presidente Dilma passar a MP do Futebol, criando essa responsabilidade e tendo realmente a perda de pontos com o atraso de salários. Talvez seja aí um caminho, mas não é a salvação do futebol brasileiro.
DC – O modelo de gestão com parceria com empresários pode ser uma solução para times menores do Brasil?
Alex – Cidades menores. Você tem que trazer uma forma para trazer a população para dentro disso. Isso acontece também com futsal e vôlei. Porque se você tem uma parte administrativa boa os cidadãos abrem um espaço para o time. Os empresários e indústrias da região também.
Continua depois da publicidade