O papa Francisco se reunirá de 15 a 17 de maio no Vaticano com os bispos chilenos no âmbito do escândalo dos casos de pedofilia e encobrimento dentro da Igreja chilena, detalhou neste sábado o escritório de imprensa da Santa Sé.
Continua depois da publicidade
A nota confirma as datas da reunião convocada pelo papa em uma carta pública em abril.
“O Santo Padre, interpelado pelas circunstâncias e os desafios extraordinários que são colocados pelos abusos de poder, sexuais e de consciência, ocorridos no Chile ao longo das últimas décadas, considera necessário examinar em profundidade suas causas e consequências, assim como os mecanismos que levaram em alguns casos a seu encobrimento e às graves omissões em relação às vítimas”, explica o comunicado do Vaticano.
O pontífice argentino “compartilhará suas conclusões pessoais derivadas da recente missão especial ao Chile confiada ao monsenhor Charles Scicluna, arcebispo de Malta, e ao padre Jordi Bertomeu, da Congregação para a Doutrina da Fé”, diz a nota ao se referir ao informe especial realizado a pedido do papa pelos especialistas do Vaticano em pedofilia dentro da Igreja.
Continua depois da publicidade
Na nota, o Vaticano lembra que o papa escutou “uma série de testemunhos orais e escritos”, ao se referir aos encontros realizados na residência papal com as vítimas do padre Fernando Karadima, condenado em 2011 pelo Vaticano a uma vida de “oração e penitência” depois de que a justiça chilena declarou prescritas as acusações contra ele.
Nas reuniões participarão 31 bispos diocesanos e auxiliares e dois bispos eméritos, detalhou o comunicado.
O encontro é determinante para o clero chileno, já que poderia incluir a remoção de vários hierarcas, em uma mensagem clara de intolerância por parte do papa Francisco em relação a abusos sexuais dentro da instituição.
Continua depois da publicidade
Os religiosos chegarão ao Vaticano cumprindo um chamado do pontífice em uma carta na qual reconheceu ter “incorrido em graves equívocos de avaliação e percepção da situação, especialmente pela falta de informações verdadeiras e equilibradas” sobre as denúncias de encobrimento de abuso sexual contra o bispo da localidade de Osorno, Juan Barros, que meios de comunicação locais afirmam que já estaria na Europa.
* AFP