Os divorciados que voltam a se casar “seguem fazendo parte da Igreja” e não devem ser tratados como excomungados, disse, nesta quarta-feira, o Papa Francisco, às vésperas do sínodo de outubro dedicado à família.
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– É necessária uma fraterna e atenta acolhida, no amor e na verdade, em direção a estas pessoas que efetivamente não estão excomungadas, como alguns pensam: elas formam parte sempre da Igreja – afirmou Francisco, que recebeu aplausos durante a audiência celebrada na sala Paulo VI.
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Em sua tradicional audiência geral de quarta-feira, o papa argentino afirmou que cresceu a consciência dentro da Igreja de que é preciso acolher de maneira fraterna e atenta os batizados que tenham formado uma nova relação após um fracasso “sacramental”.
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– Se olhar a nova união (do ponto de vista) dos filhos pequenos, vemos a urgência de uma acolhida real em relação às pessoas que vivem tal situação – defendeu. – Como poderíamos aconselhar estes pais a fazer de tudo para educar os filhos na vida cristã, dando a eles o exemplo de uma fé convencida e praticada, se eles estão afastados da vida da comunidade como se fossem excomungados? – se perguntou.
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Francisco lembrou que a Igreja tem o dever de discernir situações diferentes, “por exemplo, entre os que sofreram uma separação e os que a provocaram”. Segundo a Igreja, um casamento religioso não pode ser dissolvido, razão pela qual o direito canônico considera que as pessoas que se separam e voltam a se casar pelo rito civil estão sendo infiéis ao seu primeiro cônjuge e por isso estão excluídas dos sacramentos, entre eles a comunhão.
A excomunhão é uma sanção mais forte, já que na prática implica a exclusão total da Igreja. Várias vozes dentro da Igreja exigem que os divorciados possam comungar sem condições, uma ideia à qual se opõem os defensores da aplicação estrita do dogma.
A questão foi objeto de fortes debates durante o sínodo da família de 2014, e deve voltar ao centro das discussões na segunda reunião deste tipo que acontecerá em outubro.
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* AFP