O papa Francisco almoça nesta segunda-feira com a presidente argentina Cristina Kirchner na Casa Santa Marta do Vaticano. A informação foi confirmada pelo porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, em coletiva de imprensa.

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O pontífice argentino e Kirchner realizaram previamente um encontro de cerca de 20 minutos, sobre o qual não será divulgado nenhum comunicado oficial do Vaticano.

Kirchner, que chegou na tarde de domingo a Roma, e Jorge Bergoglio sempre mantiveram relações tensas. Esperava-se que este encontro servisse para aproximar as duas partes antes da missa de entronização oficial do pontificado, na terça-feira.

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As divergências entre ambos começaram durante a presidência de seu marido, o falecido Néstor Kirchner, que não apreciava as críticas nas homilias do então cardeal de Buenos Aires, que denunciava com frequência o escândalo da pobreza ou o flagelo da droga e do crime na Argentina. A relação piorou ainda mais após a legalização do casamento homossexual, em 2010.

Desde sua eleição, na quarta-feira, a única sombra no início do papado deste austero Papa jesuíta que seduziu os fiéis com sua humildade, sua proximidade e seus discursos simples foram acusações sobre sua suposta passividade durante a ditadura que atingiu a Argentina entre 1976 e 1983. O Papa é criticado por não ter feito o suficiente para proteger dois sacerdotes de sua ordem, Francisco Jalics e Orlando Yorio, sequestrados e torturados pelos militares.

Diante da proporção que o assunto tomou, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, publicou na sexta-feira uma declaração que rejeitava estas acusações como caluniosas e atribuía sua origem à esquerda anticlerical.

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O encontro com Kirchner foi o primeiro de Francisco com um dos muitos chefes de Estado e de governo que estão chegando ao Vaticano para acompanhar a missa de início oficial do papado. Após a cerimônia solene na praça de São Pedro, o Papa receberá os representantes das 130 delegações oficiais. Entre eles, estão o líder mexicano Enrique Peña Nieto e a presidente Dilma Rousseff – líderes que dirigem os dois países com mais católicos do mundo.