O papa Francisco telefonou na tarde de sábado (10) para o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua em São Paulo, para perguntar sobre os moradores que vivem nas ruas da cidade.
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“O papa disse que viu as fotos que enviamos para ele e que sabe das dificuldades que passamos, mas que não desanimemos e façamos sempre como Jesus, estando junto dos mais pobres”, disse.
Segundo o padre, o papa pediu para transmitir aos moradores de rua o seu amor e proximidade. Solicitou também que todos rezem por ele e disse que reza por todos.
O telefonema do papa foi feito às 14h15, a partir de um número não identificado. “Sou o papa Francisco”, disse quando o padre atendeu.
Segundo comunicado divulgado pela Arquidiocese de São Paulo, Francisco perguntou se o padre preferia falar em espanhol ou italiano e em seguida contou ter visto as fotos do atendimento realizado a moradores de rua durante a pandemia do coronavírus.
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“Eu levei um susto. Quanto ele disse que era o papa Francisco, fiquei incrédulo no primeiro momento”, afirmou Lancellotti. Em maio, o papa telefonou para o cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, e disse estar preocupado com o impacto da pandemia na população mais pobre.
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No dia 15 de setembro, Lancellotti registrou um boletim de ocorrência por ameaça após ser xingado por um motoqueiro. Além disso, o candidato a prefeito de São Paulo pelo Patriotas, deputado Arthur do Val, gravou vídeos em que culpa o padre pela situação da cracolândia.
O caso foi registrado como injúria e ameaça, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
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Pedagogo, o padre é pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, na zona leste. Sua atuação em defesa dos direitos humanos já lhe rendeu prêmios e ameaças de morte.
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De acordo com censo da prefeitura, há 24.344 moradores de rua na cidade de São Paulo, dos quais 7.002 estão no grupo de maior risco para o coronavírus e têm mais de 50 anos, e 2.210 têm mais de 60 anos. Do total, 12.651 vivem em situação de rua -os demais, em abrigos.
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