O Papa Francisco pediu nesta quinta-feira aos prelados de todo o mundo que “evitem o escândalo de serem bispos de aeroporto”, em uma clara condenação aos religiosos que viajam todo o tempo e abandonam seu rebanho.
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– Permanecer na diocese é um requisito indispensável não apenas para a boa organização, mas também para as raízes teológicas. Vocês estão casados com a comunidade, estão profundamente entrelaçados a ela – declarou o Papa ao receber em audiência no Vaticano os novos bispos nomeados recentemente, que participam do congresso anual organizado pela Congregação dos Bispos e pela Congregação das Igrejas Orientais.
– Por favor, peço que permaneçam com o povo. Evitem o escândalo de serem bispos de aeroporto – ressaltou.
– Vocês têm que ficar na diocese, e ficar na diocese, sem buscar mudanças ou promoções. Só se pode conhecer, realmente, como pastores, o próprio rebanho andando na frente, em meio e atrás, cuidando do ensino, da administração dos sacramentos e do testemunho de vida – disse.
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– Que estas palavras sejam esculpida em seus corações! Somos chamados a ser pastores não de nós mesmos, mas do Senhor, e não para servir a nós mesmos, mas para o rebanho que nos foi confiado – ressaltou.
Francisco também falou do “estilo de serviço” que os bispos devem ter com o seu rebanho, marcado pela “humildade e austeridade”.
– Nós, pastores, não somos homens com psicologia de príncipes, vocês devem evitar cair no afã de carreira. Não apenas com palavras, mas acima de tudo com o testemunho concreto da nossa vida que somos professores e educadores de nosso povo – explicou.
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– Devemos acolher com magnanimidade. Que seus corações sejam tão grandes que possam acomodar todos os homens e mulheres que cruzarem o seus caminhos – disse ele em seu discurso.
Desde que foi eleito pontífice em março, Francisco critica a hierarquia da Igreja Católica pela vida mundana que muitos levam.
– Sejam pastores com cheiro de ovelhas, presentes em meio a seu povo como Jesus, o Bom Pastor – voltou a dizer.
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– Não se fechem! Estejam entre os seus fiéis, incluindo nas periferias de suas dioceses e em todas as periferias existenciais, onde há sofrimento, solidão, degradação humana. A presença pastoral significa andar com o povo de Deus: à frente, apontando o caminho, no meio, para fortalecer a unidade, e atrás, de modo que ninguém é deixado para trás, mas, acima de tudo, para manter o cheiro que tem o povo de Deus para encontrar novos caminhos – concluiu.