O preço do pãozinho de trigo disparou no último mês. O produto está 16% mais caro nas padarias da Grande Florianópolis e deve se manter neste patamar até o final do ano. O reajuste é efeito da alta do trigo. Com o aumento do dólar, a baixa safra e a retração do mercado argentino – o principal país exportador do cereal para o Brasil – a farinha de trigo está saindo por 15% a mais.

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O preço atual do quilo do pãozinho, segundo o diretor do Sindicato das Panificadoras (Sindipan) da Grande Florianópolis, César Murilo Barbi, é de R$ 7, em média. Hoje, o consumidor está pagando em torno de R$ 0,35 por unidade. O preço anterior era de R$ 0,30.

Barbi explica que 80% da farinha utilizada pelas empresas da Capital e região é argentina. O restante vem da produção nacional e canadense. O problema, de acordo com ele, é que a última colheita do cereal foi fraca nos três países. Para piorar, ele lembra que as medidas protecionistas da Argentina atingiram o trigo, pressionando os preços. Mas o principal motivo é a moeda americana, que nos últimos seis meses subiu quase 15%.

Na Superpão, na Avenida Mauro Ramos, em Florianópolis, não só o pãozinho, mas todos os produtos de panificação sofreram um aumento de 5% em comparação ao início de junho. Segundo a sócia da padaria, Patrícia Barbi, os custos de alguns pães subiram até 20%.

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– A nossa opção foi estabelecer um reajuste médio, diminuindo a margem de lucro para não espantar os clientes – afirma Patrícia.

O aposentado Henrique Azevedo, que levou para casa R$ 11,50 em pães variados, diz não perceber o aumento do preço do pãozinho de trigo, por comprar sempre em pouca quantidade. Já o reajuste dos pães mais elaborados e caros chamou a atenção do cliente.

Outra padaria do Bairro Estreito, na Capital, chegou a colar um comunicado na entrada explicando aos consumidores que o preço do pãozinho havia subido e expondo os motivos. Na panificadora, o aumento foi aplicado apenas na segunda-feira desta semana. O quilo do pãozinho subiu de R$ 6,90 para R$ 7,35.

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O dono da rede de supermercados Giassi, Zefiro Giassi, afirma que a alta do trigo também já está sendo repassada para algumas massas, como o macarrão. Segundo ele, mesmo as marcas que utilizam produto nacional podem sentir com o aumento da commodity, já que a variação do produto brasileiro acompanha a do internacional. Zefiro afirma que o trigo não deverá baixar até novembro, pelo menos, época da nova sofra.