Os investimentos mais rentáveis do último bimestre foram o ouro, com alta de 9,66%, e o dólar, com valorização de 8,36%, dois investimentos considerados de aversão a riscos. Isso demonstra que as incertezas sobre a economia doméstica estão longe de acabar, fazendo com que os investidores procurem se proteger nestes momentos de turbulência.
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Esta procura por proteção fez aumentar consideravelmente a procura por títulos do governo, principalmente as NTN-Bs, títulos que protegem contra a inflação, pois oferecem remuneração dos juros próxima de 6,20% ao ano, mais IPCA, tendo o risco de crédito vinculado ao Tesouro Nacional.
A Bolsa de Valores conseguiu fechar o bimestre no azul (+3,15%), refletindo o entusiasmo pela indicação de Joaquim Levy ao Ministério da Fazenda e, principalmente, pela recuperação das cotações das empresas do setor bancário, que obviamente se aproveitaram das altas taxas de juros e apresentaram ótimos balanços em fevereiro.
Mas as incertezas são muitas e a volatilidade está longe de diminuir, pois os processos de ajustes implantados por Levy estão apenas começando e encontrarão muitas dificuldades.
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A crise da Petrobras continua apresentando novos capítulos, com a mudança da presidência e o rebaixamento pela agência de risco Moody?s, aumentando a pressão pela divulgação do balanço. A empresa está sendo investigada e desacelerando investimentos, o que compromete bancos, empreiteiras, fornecedores e a economia num todo.
Esta redução de investimentos já contamina outros setores, a confiança do consumidor continua atingindo mínimas históricas e a falta de investimentos faz o consumidor se questionar quanto à estabilidade de seu emprego, porque muitas empresas começaram a demitir e o cenário de 2015 para o mercado de trabalho é nebuloso.
Os aumentos recentes na conta de energia e da gasolina e a renda futura ameaçada fazem com que os consumidores mais racionais passem a selecionar melhor seus gastos, gerando automaticamente uma diminuição do consumo geral.