O enfrentamento à crise da Covid-19 reforçou uma necessidade no setor de materiais de construção: a transformação digital. Para superar os desafios impostos pelas medidas de distanciamento social, os comerciantes precisaram investir em tecnologias e automatizações, uma realidade que, até então, parecia distante do segmento. Segundo a Federação das Associações de Comerciantes de Materiais de Construção de Santa Catarina (Fecomac), o setor passou por poucas mudanças nas últimas décadas.

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— Nosso setor sempre foi muito tradicional e com comportamentos já consolidados, o que vinha nos deixando em um cenário de conforto. No entanto, esse momento nos proporcionou uma importante mudança de atitude e de amadurecimento — comenta o presidente Vinício Bortolatto.

Preocupadas com a segurança do consumidor, as empresas precisaram mudar a forma de atendimento, principalmente digital. Além disso, houve um impacto na demanda, influenciada por consumidores que passaram a buscar produtos nas lojas de bairro.

— Está sendo um momento de visibilidade para os negócios locais e, por isso, os comerciantes que antes tinham um público fidelizado precisaram atender uma nova demanda, inclusive mais exigente — ressalta Bortolatto.

Para o presidente, esse novo movimento evidenciou a importância de ferramentas de gestão e tecnologias para automatizar processos. Também revelou a urgência de formalizar empresas e profissionalizar o setor, o que tem resultado em união e credibilidade para todo o segmento.

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Setor resiste à pandemia sem gerar desemprego

Segundo dados da Fecomac, cerca de 8500 CNPJs estão ativos, atuando nesse setor, entre micro, pequenos, médios, grandes empresários, com mais de 100 mil pessoas empregadas diretamente. Além disso, a federação calcula que, em média, para cada emprego direto do varejo são gerados outros três empregos indiretos. Uma estrutura que tem suportado os efeitos da crise.

— Não houve nenhum registro de desemprego. Isso porque houve essa compreensão das autoridades de que o segmento é essencial e reflete diretamente no dia a dia das pessoas. Por exemplo: fui tomar um banho e o chuveiro está queimado. Onde vou encontrar uma nova resistência ou até um novo aparelho? — destaca o presidente, que também percebeu um aumento de reformas nesse período.

A Indústria de Materiais de Construção também vem mostrando otimismo, segundo a pesquisa Termômetro, divulgada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), com 44% das empresas associadas vislumbrando bom desempenho nas vendas de junho. Dado que permanece em julho.

A pesquisa também indica que, apesar dos impactos da crise, a pretensão de investimentos no médio prazo subiu de 43%, em maio, para 52% em junho. O nível de utilização da capacidade instalada registrado foi de 64% em junho, contra 53% no mês anterior.

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Crescimento do movimento maker, ou DIY

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(Foto: Freepik)

Outro propulsor do setor, reflexo da necessidade das pessoas ficarem em casa e, muitas vezes, acumulando tempo livre, um movimento que já era tendência ganhou forças e impactou diretamente na mudança de consumo das pessoas. O “Do It Yourself” (Faça Você Mesmo, em inglês) provocou aumento significativo de demanda e criou um cenário de oportunidades para os empresários mais criativos.

O momento vem sendo visto por comerciantes de materiais de construção como oportuno para inovações, com a possibilidade de oferecer cursos para esses novos consumidores e promover atividades que criem identificação com esse público.

— Existe um espaço muito grande para iniciativas que conversem diretamente com o consumidor final, fomentando cursos e investindo em novos modelos de atuação. Poderemos perceber, muito em breve, uma importante expansão do nosso setor, com apoio das associações de comerciantes de materiais de construção em todo o Estado — afirma Vinício Bortolatto.

​​​Acesse o canal Juntos Por Santa ​Catarina e veja iniciativas inspiradoras de quem vem enfrentando a crise da Covid-19.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

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