O número de supermercados, minimercados, mercearias e armazéns abertos em Santa Catarina cresceu 47,5% nos dois últimos anos, segundo dados da Junta Comercial do Estado (Jucesc). A quantidade de comércios com predominância de alimentos abertos passou de 2.424, em 2019, para 3.576, em 2021, impulsionados pela pandemia.
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No ano passado, Santa Catarina bateu recorde e abriu 205.374 empresas, com destaque para o setor de comércio (varejo e atacado) e reparação de veículos, conforme dados da Jucesc. Dentro desta classificação estão incluídas duas categorias de comércios de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios.
Conforme o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC), Alison Fiuza, a pandemia modificou o comportamento dos consumidores e impulsionou estes tipos de negócios, já que as pessoas passaram buscar com menos frequência a alimentação fora de casa.
O aumento nas vendas no primeiro ano de pandemia foi tão expressivo para o Pão de Casa Supermercado, localizado em Blumenau, que a dona Priscilla Simas Fernandes, 28 anos, decidiu expandir o negócio no final de 2020 — saiu de um espaço de 150 m² para uma até de 450 m². Antes, contava com apenas cinco funcionários, e hoje tem 15.
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— Conseguimos crescer em seis meses, o que não crescemos em quatro anos. Bombou de um jeito. A gente sabe que a pandemia foi ruim para muitas áreas, mas para nós foi um estouro de vendas — declara a proprietária.

Farmácias também disparam em SC
Outro setor considerado essencial que teve um forte aumento de empresas abertas foi o das farmácias. Dados da Junta Comercial (Jucesc) apontam que 564 estabelecimentos foram criados no ano passado, contra 337, em 2019, e 373, em 2020.
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Cenário de 2022 é desafiador
O especialista destaca que o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas teve um aumento de 14,2% nas vendas em 2020, mas queda de 1,7% em 2021, principalmente por conta da inflação alta.
— Essa redução das vendas é reflexo da perda do poder de compra dos consumidores em virtude da alta dos preços. O poder de compra dos consumidores deve continuar reduzindo, assim afetando a demanda dos setores. Por isso, há uma tendência de desaceleração no ritmo das vendas, da geração de empregos e, por consequência, na abertura de empresas — explica.
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