Pelo menos 300 usuários do transporte coletivo de Blumenau foram ao Procon no último ano e meio para reclamar de um problema nos cartões do Consórcio Siga. Eles não conseguiram usar todos os créditos que tinham depois que a concessionária deixou de prestar o serviço e a Viação Piracicabana assumiu o sistema em regime emergencial, em janeiro do ano passado. Os valores pendentes podem chegar a R$ 300 mil.

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No próximo dia 27 haverá uma reunião com representantes do Consórcio Siga, das empresas que faziam parte dele, da Viação Piracicabana e do Seterb, autarquia que fiscaliza o transporte coletivo da cidade. O objetivo é saber quem é o responsável por devolver o dinheiro aos usuários, se esse for o caso, ou por liberar os créditos que estão bloqueados no sistema.

De acordo com o assessor jurídico do Seterb, Caio Silveira, o cartão do Siga tinha um limite de crédito. Quando as recargas ultrapassavam esse valor, a diferença ficava armazenada em um servidor na nuvem (internet). A medida em que o usuário ia usando os créditos, o sistema transferia automaticamente os da nuvem para o cartão.

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O problema ocorreu porque na mudança para a Piracicabana, em janeiro do ano passado, essa transferência automática foi suspensa. Empresa e prefeitura acordaram que somente os créditos do cartão seriam aceitos, e não os da nuvem.

Na prática, o Siga recebeu pelos créditos que estão na nuvem. Por isso mesmo, o presidente do Seterb, Carlos Lange, diz que caberia ao consórcio devolver o dinheiro ou liberar os créditos e pagar à BluMob o valor correspondente.

O advogado do Consórcio Siga, Antônio Carlos Marchiori, contesta. Segundo ele o consórcio devolveria o dinheiro aos usuários se a prefeitura de Blumenau, por meio do Seterb, não tivesse tomado posse e controle de todo o sistema de bilhetagem eletrônica da época. Para ele, a ¿dívida¿ foi assumida pela prefeitura a partir do momento em que ela levou a base de dados.

Se mais de 300 usuários procuraram o Procon para poder usar os créditos que estão bloqueados, é bem possível que outros tantos tenham sido prejudicados e talvez nem saibam disso. Esses R$ 300 mil calculados pelo Procon podem chegar à casa dos milhões.

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Nem Seterb nem Consórcio Siga sabem dizer quanto há no tal servidor que está na nuvem, mas certamente alguém tem acesso a essa informação. E é isso que provavelmente saberemos na reunião da próxima semana.