Pancho: “Os sombrios não são de esquerda ou de direita”

Há um mundo sombrio que permeia este em que vivemos. Nele se proliferam os cobiçosos. Pobres de espírito que reconhecem o sucesso no poder e na inescrupulosa ascensão financeira facilitada por ele. Como se esse fosse o único caminho para alcançar a tal felicidade que, dizem, é o que estimula e move a humanidade.

Esse mundo sombrio não tem paisagens como o nosso. É um mundo enclausurado em cujo ambiente predominam mesas, cadeiras e portas fechadas. As conversas giram em torno de conchavos para encontrar meios de prosperar ilícita ou imoralmente em direção ao poder, à riqueza e à suposta felicidade.

Os que habitam o mundo sombrio circulam entre nós. Encontram campo fértil na política e, aos poucos, organizam um sistema legal que os beneficiam. E tudo com a ajuda dos ingênuos que acreditam na aparente e superficial boa vontade. Os sombrios não são de esquerda ou de direita. Fazem uso das ideologias históricas para atrair os de fora e fazê-los trabalhar por eles. E se alguém se rebela será enfraquecido pelo isolamento.

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Não deixa de ser esperança o que vemos ocorrer. Aos poucos o mundo sombrio vai se abrindo aos ingênuos, apesar de ainda parecer distante. Falta-nos a percepção de que nele não há divisas e, por isso mesmo, possui territórios bem perto de cada um.