É árdua a tarefa do prefeito reeleito de Blumenau, Napoleão Bernardes (PSDB), a partir de agora. Primeiramente pela dificuldade gerada com a queda de arrecadação, graças à crise econômica nacional que impacta o trabalho de todas as esferas de governo em todo o país. Por mais que algum sinal de recuperação surja, o impacto de uma provável reação no poder público demora mais que na economia propriamente dita. Como tudo, aliás. O próximo ano certamente será de vacas magras na curva da Beira-Rio. Talvez mais magras que as deste ano, pelo menos no primeiro semestre.
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Outra dificuldade será, nesse cenário, acomodar os interesses dos 11 partidos que se uniram ao PSDB na coligação vitoriosa. Lembrando que em 2012 era só o PSDB e o DEM. Por mais que outros partidos se juntaram ao governo ao longo dos quatro anos, entre eles o próprio PSD, adversário em 2012 e em 2016, estar junto na eleição faz toda a diferença na hora de negociar cargos e notoriedade.
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Por outro lado, tem muita coisa a ser feita nesses próximos quatro anos com dinheiro de fora. É provável que tenhamos ao menos uma das duas pontes no Centro em construção na próxima eleição. Também estão em andamento os processos para a construção dos terminais urbanos da Água Verde e Itoupava Central, além da possibilidade de ter iniciada a implantação dos corredores Norte e Oeste, respectivamente nas ruas Dr. Pedro Zimmermann e General Osório.
Se tudo isso começar a sair do papel, vai ser difícil segurar a vontade de alguns correligionários de lançar o nome de Napoleão ao governo do Estado em 2018. Deixaria ele a prefeitura para concorrer ao governo? Vai depender muito do que ele conseguir evoluir nestes dois anos.
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Reeleição
Em 20 anos tivemos apenas três prefeitos. São três reeleições seguidas, com Décio Lima (PT), João Paulo Kleinübing (PSD) e agora com Napoleão Bernardes (PSDB). Aparentemente, não gostamos de mudanças, mas os dois anteriores não fizeram o sucessor. Duas leituras são possíveis: ou nossos últimos três prefeitos foram muito bons, ou eles não tiveram adversários competentes quando se reelegeram. Seria um sinal de que necessitamos, urgentemente, criar novas lideranças políticas na cidade?
Oposição ou situação?
Jean Kuhlmann (PSD), derrotado nas urnas em Blumenau, não abre o jogo. Como presidente do partido na cidade, vai reunir a executiva e caberá a ela a decisão de apoiar ou não o prefeito eleito Napoleão Bernardes (PSDB). Vale lembrar que o atual vice-prefeito e o líder do governo na Câmara são do PSD. Kuhlmann diz que vai trabalhar pela cidade na Assembleia Legislativa e na relação com o governo do Estado, comandado pelo partido dele.
Ele comemora o fato de ter ganhado 20 mil votos em relação a 2012 e que isso o motiva a continuar na batalha. Colocou na mão do partido, também, a decisão de trabalhar a reeleição em 2018 como deputado ou tentar, pela terceira vez, ser prefeito de Blumenau, objetivo pessoal de Kuhlmann.