
Há mais de dois anos o alerta estava aqui na coluna e, pelo visto, foi em vão. Em 2016 foram diagnosticados em Blumenau, até sexta-feira passada, 887 casos de sífilis. São 61 casos a mais que no ano passado inteiro. Se o ritmo for mantido, teremos até 31 de dezembro 1.014 casos, o que representaria um aumento de 22% em relação a 2015. Em dois anos o avanço da doença pode ultrapassar os 40%.
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A sífilis é uma doença sexualmente transmissível. A falta de prevenção – leia-se uso de camisinha – é a principal responsável pelo aumento dos casos. Para piorar mais o problema, falta penicilina no mercado. O antibiótico é usado no tratamento da doença e, segundo a gerente da Vigilância Epidemiológica de Blumenau, Ivonete dos Santos, a situação nos fabricantes só deve ser regularizada no próximo ano.
Tratamento
O pouco que havia do antibiótico foi priorizado no tratamento de gestantes. No ano passado foram diagnosticados em Blumenau seis casos de sífilis congênita, transmitida pela mãe durante a gravidez ou no parto. Neste ano apenas dois surgiram. Na sífilis congênita os sintomas são bem mais graves e a criança pode ter complicações nos ossos, no coração e no sistema nervoso.
A estratégia da Vigilância Epidemiológica é aumentar o número de exames. Neste ano foram 8,5 mil e no ano que vem esse número deve aumentar. Isso porque médicos, enfermeiras e dentistas foram treinados para fazer o exame. Essa descentralização deve começar em fevereiro, quando chegam mais kits do Ministério da Saúde.Continua depois da publicidade