
Ficou claro na audiência pública promovida ontem que são grandes os benefícios da união de Blumenau, Gaspar, Indaial, Timbó e Pomerode em torno de uma possível região metropolitana. Transporte coletivo, destinação do lixo e prevenção a desastres climáticos são alguns dos projetos que poderiam ser desenvolvidos em conjunto. No encontro, proposto pelo deputado Ivan Naatz (PDT) e promovido pela Assembleia Legislativa (Alesc) na Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), os participantes também conheceram o modelo já adotado na Grande Florianópolis, onde a região metropolitana funciona desde o ano passado.
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Legalmente, o governo do Estado já criou a Região Metropolitana do Vale do Itajaí em 2010, por meio da lei complementar 495. Agora uma proposta mais detalhada, de autoria da deputada Ana Paula Lima (PT), tramita na Alesc. Ana Paula espera aprovar a lei até o fim do ano.
Coube à plateia fazer as ressalvas. O vice-presidente da Acib, Avelino Lombardi, se mostrou preocupado com a criação de mais uma estrutura com cargos, salários e despesas. Já a arquiteta e doutora em Geografia Claudia Siebert, ex-secretária de Planejamento de Blumenau e conhecedora de antigos planos de desenvolvimento regional, disse que falta memória às lideranças.
– Estou vendo o mesmo filme de novo – desabafou ao lembrar que houve uma região metropolitana de 1998 a 2007 e que trouxe poucos resultados práticos.
Claudia citou o trabalho de décadas da Ammvi como exemplo positivo de integração e alertou para dois aspectos importantes: a sobreposição de leis criando a mesma coisa e o fato de que aos olhos do governo federal não seríamos uma região metropolitana, já que não há metrópoles no Estado, o que dificultaria o acesso aos fundos de desenvolvimento. Por fim, ela ressaltou – apoiando a iniciativa – que o trabalho técnico, além do político que está em andamento, é essencial para o sucesso da integração.Continua depois da publicidade