É crescente e acelerada a sensação de que estamos desprotegidos. Uma ida à padaria, a espera no ponto de ônibus, a caminhada cotidiana de um compromisso a outro ou mesmo a pedalada noturna e a parada no sinal vermelho do vaivém das cidades passaram a ser momentos de tensão.
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Um celular, uma carteira ou um relógio pouco significariam se o roubo não estivesse associado ao risco de uma faca, um estilete ou um revólver ser usado para ameaçar e matar. Nossas vidas, em progressiva escalada, passam das nossas mãos e das do Estado para as mãos de bandidos que, com velocidade, tomam muito mais que os pertences que trazemos nos bolsos. Tomam também o bem-estar, a qualidade de vida, a sensação de que a rua era extensão das nossas casas. E tudo isso ocorre diariamente, num oceano de tensão que alaga nossos corpos e mentes.
O poder público deu as costas à sociedade no que diz respeito à segurança pública. Policiais são substituídos por câmeras ineficientes. Os que resistem têm pouca estrutura para bem proteger os cidadãos e o poder de investigação torna-se diminuto. O sistema carcerário envergonha pelas condições medievais mantidas em presídios como o de Blumenau, o pior de Santa Catarina e um dos piores do Sul do Brasil, onde detentos se transformam em animais e assim retornam ao convívio em sociedade.
É preciso um basta nessa corrente de desgraça. A tensão estimulada pela situação nos mata aos poucos. Hoje, somos todos vítimas.
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