Panamá retirou seu embaixador na Venezuela e pediu a Caracas que também retire seu representante diplomático acreditado no Panamá, após as medidas tomadas pelo governo de Nicolás Maduro contra empresas e funcionários do governo panamenho, informou a chancelaria.
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“O governo do Panamá havia decidido retirar seu embaixador na República Bolivariana de Venezuela, Miguel Mejía, e solicita ao governo venezuelano retirar seu embaixador acreditado no Panamá, Jorge Durán Centeno”, segundo um comunicado.
A decisão panamenha acontece logo depois de a Venezuela suspender as relações econômicas por três meses com várias pessoas e empresas panamenhas, entre elas a companhia aérea Copa Airlines – uma das poucas que operam no país -, em resposta às sanções do Panamá contra o presidente Nicolás Maduro.
Caracas “suspendeu por 90 dias as relações econômicas e financeiras com 22 pessoas físicas e 46 jurídicas nacionais do Panamá, como medida para proteger o sistema financeiro venezuelano”, informou nesta quinta-feira a agência estatal AVN, mencionando a Copa, sem informar o alcance das medidas.
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Entre os sancionados estão o presidente Juan Carlos Varela e a Companhia Panamenha de Aviação (Copa Airlines), segundo uma resolução dos ministérios do Interior e Justiça, Economia e Finanças e Comércio Exterior, que ainda não foi publicada.
Embora não esteja claro se a medida contra a Copa Airlines implicará a imediata suspensão de voos, esta possibilidade geraria grandes traumas, pois é a companha que mais destinos oferece no mercado venezuelano em um contexto de saída em massa por dívidas comerciais do governo de Maduro.
No país operam poucas companhias aéreas internacionais – menos de uma dezena – como American Airlines, Iberia, Air France, Swiftair, Turkish Airlines e Cubana de Aviación. As companhias venezuelanas Laser e Avior voam para o Panamá.
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Também foram cortados os vínculos financeiros com a vice-presidente e chanceler panamenha, Isabel de Saint Malo; o ministro da Presidência, Álvaro Alemán, e a ministra do governo, María Luisa Romero.
As sanções foram tomadas porque – segundo investigações de autoridades venezuelanas – se evidenciou “o uso recorrente do sistema financeiro panamenho por parte de sujeitos nacionais venezuelanos para mobilizar dinheiros e bens proveniente do delito contra o patrimônio público”, indicou a AVN.
* AFP