O governo do Panamá concedeu mais de dois milhões de dólares à procuradoria-geral para ampliar as investigações sobre a Odebrecht, acusada de pagar suborno em troca de contratos, informou uma fonte oficial nesta quarta-feira.

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O Ministério de Economia e Finanças transferiu uma quantia de 2,4 milhões de dólares à Justiça “para reforçar as investigações que se antecipam” contra a Odebrecht, destacou o governo panamenho em um comunicado.

Este dinheiro foi atribuído depois que a procuradoria solicitou recursos ao governo para apoiar seus investimentos nas investigações deste escândalo internacional.

“Em vista da delicadeza do caso Odebrecht e das implicações do mesmo”, o Ministério da Economia e Finanças realizou diligências para obter estes recursos para apoiar a investigação e “ressarcir ao Estado os recursos utilizados ilicitamente”.

A Odebrecht pagou no Panamá, entre 2010 e 2014, mais de 59 milhões de dólares em propinas em troca de contratos avaliados em mais de 175 milhões de dólares, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

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Mario Martinelli, irmão do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), cujos filhos e vários ex-funcionários também são mencionados no expediente.

Segundo a procuradora-chefe, Kenia Porcell, foram formuladas acusações contra 17 pessoas pelo escândalo da Odebrecht no Panamá, incluindo três ex-funcionários “de alta hierarquia”, oito empresários panamenhos, cinco empresários de outras nacionalidades e um funcionário de banco privado.

A Odebrecht, à qual o governo panamenho proibiu de participar de licitações no país, comprometeu-se a reintegrar o dinheiro pago em comissões.

A empreiteira desistiu recentemente de permanecer na licitação para a construção da quarta ponte sobre o Canal do Panamá, uma obra estimada em um bilhão de dólares, e cancelou um contrato hidrelétrico neste país centro-americano.

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