Como nos dias mais tensos dos 58 anos incompletos da história do Olímpico, o Grêmio de Vanderlei Luxemburgo sucumbiu diante do Palmeiras de Luiz Felipe. Sofreu 2 a 0 diante de fanáticos 45,5 mil torcedores que lotaram o estádio e agora precisa vencer por dois gols de diferença na partida de volta, dia 21, quinta-feira, na Arena Barueri, em São Paulo.

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O que o Grêmio precisa: vencer por dois de diferença no jogo de volta

O que o Palmeiras precisa: empatar, vencer ou perder por um gol de diferença Pênaltis: se o Grêmio vencer por 2 a 0

Pouco depois das 21h o repórter Sérgio Boaz em tom cerimonial a novidade na Rádio Gaúcha: Kleber jogaria contra o Palmeiras. Quando o altofalante anunciou o atacante, o Olímpico explodiu em veneração. Luiz Felipe, que se preparava para entrar com o Palmeiras, deve ter ficado surpreso com o cartaz do seu desafeto.

Mas Kleber só pôde dar em retribuição seu voluntarismo. Meteu o pé quando necessário e não recusou disputa de bola. Incomodou tanto que as faltas sobre ele se sucederam, e o árbitro Héber Roberto Lopes não reprimiu. Foi bem mais ativo do que Miralles, perdido diante de tanta marcação.

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Aliás, houve um duelo de marcação, alias. Luiz Felipe armou uma pequena população de palmeirenses na zona central. Seus três zagueiros, os alas Artur e Juninho e os volantes João Vítor e Marcos Assunção congestionaram a passagem do Grêmio. Henrique, o zagueiro mais adiantado, como um volante segurou Marco Antonio e evitou seus passes em busca do ataque.

Jogo truncado e a tensão no ar, o nervosismo subiu aos refletores quando Gabriel fez falta sobre Luan no perigoso local do bico da grande área. Luxemburgo ficou olhando seus jogadores como se o reprovassem. A recomendação de evitar faltas nem sempre é possível cumprir.

Eram 18 minutos, e Marcos Assunção ajeitou a bola para bater. Uma vaias histriônica varou o Olímpico. O cruzamento de Assunção desceu na pequena área, mas Souza aliviou. O árbitro Héber Roberto Lopes deu tiro de meta. O outro lance de alta eletricidade no primeiro tempo ficou por conta de Fernando.

No lado direito de ataque, a cinco passos da grande área, o volante fez uma cobrança por sobre a barreira e a bola até pareceu ter batido no poste esquerdo do goleiro Bruno, mas foi Bruno quem salvou com a ponta dos dedos.

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Foi o único susto de Luiz Felipe, que permaneceu o primeiro tempo quietão, impassível e pouco gesticulou, com expressão séria. Seu esquema dava certo.

Segundo tempo

Na volta do intervalo, o Grêmio não conseguia uma conclusão com perigo de gol. Então Luxemburgo trocou Kleber, já cansado, por André Lima e Miralles por Marcelo Moreno. Logo Moreno pulou na área do Palmeiras e concluiu no cantinho, mas o apito do árbitro já acusava a falta sobre o zagueiro.

Em reposta, o Palmeiras adiantou o time e procurou o gol em arrancadas. Barcos quase marcou aos 23 minutos e em seguida concluiu com perigo. O Olímpico prendeu a respiração quando de novo Barcos livrou-se na área do Grêmio, cortou para concluir sobre Victor e Gilberto Silva apareceu pelo atalho e aliviou o mais claro lance de gol até então.

Marco Antonio, completamente sem solução, deu lugar para Rondinelly, e Luxemburgo partiu para o recurso de todos os santos: bola alta para a área. Tinha Moreno e André Lima para cabecear. E André perdeu um gol assim mesmo, aos 32 minutos, de frente para o gol.

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E Mazinho, recém-entrado no lugar de Daniel Carvalho, deu o troco. No contra-ataque, o meia-atacante marcou ao desviar de Victor, aos 41 minutos. A imagem foi a de Felipão, vibrando no banco em que se sagrou campeão da Copa do Brasil, Brasileirão e da Libertadores.

Ele voltaria a festejar minutos depois. Aos 45, Juninho cruzou e Barcos cabeceou para o chão e a bola traiu Victor no 2 a 0. E Felipão voltou a dar socos de alegria no ar.

COPA DO BRASIL – 1ª SEMIFINAL – 13/6/2012

GRÊMIO:

Victor; Gabriel, Werley, Gilberto Silva e Pará; Fernando, Souza, Léo Gago e M. Antonio (Rondinelly, 29?/2ºT); Miralles (M. Moreno, 15?/2ºT) e Kleber (André Lima, 15?/2ºT).

Técnico:

Vanderlei Luxemburgo

PALMEIRAS:

Bruno; Artur (Cicinho, 18?/2ºT), Tiago Heleno, Maurício Ramos e Juninho; Henrique, João Vitor, Marcos Assunção e Daniel Carvalho (Mazinho, 39?/2ºT); Luan e Barcos.

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Técnico:

Luiz Felipe Scolari

Gol: Mazinho (P), aos 41min, e Barcos (P), aos 45min, ambos no segundo tempo.

Arbitragem: Heber Roberto Lopes (Fifa/PR), auxiliado por Carlos Berchenbrock (Fifa/SC) e Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa/GO).

Cartões amarelos: Tiago Heleno, Marcos Assunção e João Vitor, do Palmeiras.

Renda: R$ 1.080,106.

Público: 45.535.

Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre.