Na fábrica inglesa de bons sons, sai da linha de montagem uma banda sobre a qual vem sendo depositada a expectativa de dar continuidade a toda uma tradição do rock. É o Palma Violets, que lança seu disco de estreia, chamado 180, depois de um 2012 de shows explosivos e críticas favoráveis.

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Candidato a um dos melhores do ano, o disco alinha o quarteto de Londres à perspectiva musical orientada pelo The Clash. Mantendo um pé no punk, o outro no garage rock e a mente na psicodelia, o Palma Violets é filhote de bandas inglesas como Libertines, Arctic Monkeys e The Vaccines.

O número 180 é da casa em Londres onde a banda começou a ficar conhecida por seus shows improvisados em festas frequentadas pela turma das artes. Os comentários se confirmaram em fevereiro, com o troféu de Melhor Nova Banda na tradicional premiação do semanário britânico New Musical Express. Tal reconhecimento chegou na carona do elogiado single Best of Friends, que abre o disco.

Cantando juntos ou separados, Sam Fryer (guitarra) e Chilli Jesson (baixo) parecem reeditar o clima de total entrosamento e brodagem que um dia Carl Barat e Pete Doherty protagonizaram à frente do Libertines. E há os teclados de Peter Mayhew, que remetem a climas de Joy Division a Inspiral Carpets. Para obter no estúdio sonoridade semelhante às performances ao vivo, o produtor Steve Mackey (do Pulp) seguiu as lições da “wall of sound” (parede de som), criada pelo produtor Phil Spector nos anos 1960 com sobreposições de camadas vocais e instrumentais.

Só por reabilitar a força das guitarras no pop inglês, o Palma Violets já faz bonito sem precisar ser candidato a nova salvação do rock.

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180

> Palma Violets

> Rock, Rough Trade, 11 faixas, CD importado ou no iTunes

> Cotação: 4 de 5