Ao mesmo tempo que dezenas de atletas profissionais estão na disputa do campeonato Nacional de Patinação, em Santos (SP), uma nova geração de artistas e esportistas está em formação em Palhoça. Crianças e adolescentes têm a oportunidade de calçar pela primeira vez os patins e desfrutar a sensação de liberdade quando as assustadoras rodinhas ganham velocidade. A iniciativa partiu de dois professores do Vale do Itajaí, que estão morando há um ano em São José, na Grande Florianópolis.

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O que parecia cena de filme ou de alguma apresentação na televisão se tornou realidade para dezenas de jovens. Toda semana eles deslizam sobre as rodas. Às vezes tropeçam ou caem, mas voltam e se levantam.

As aulas são oferecidas desde o ano passado, quando o projeto Arte e Saúde sobre Rodas estreou com 150 alunos. Neste ano, o número de participantes caiu para 120.

O professor e idealizador do projeto, Maurício Luís Nascimento, 47 anos, tem na ponta da língua a justificativa para a redução.

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-Entra em questão a disciplina. Não é recreação. Estamos realizando um trabalho sério aqui-explica.

Maurício conta que cobra muito dos alunos. Os primeiros vestígios deste resultado poderão ser observados em breve. Há convites para apresentações no Sesc, em São José, e no Desfile Cívico e Natal Reluz de Palhoça.

Os alunos que hoje se dedicam ao esporte não passaram por seleção. Eles apenas tiveram que obedecer a critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Educação, que custeia o projeto. Crianças e adolescentes com deficiência podem participar, desde que autorizados por médicos.

Sem seleção

Os jovens menores de 7 anos e maiores de 14 podem fazer aula, mas a família deve comprar os patins, que são cedidos para os outros alunos. Neste caso, o investimento com a compra do equipamento chega a R$ 450. O professor Ubiratan Marques Branquinho, 32 anos, destaca os benefícios da atividade.

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-Melhora a disciplina, a coordenação motora, a postura e desenvolve o trabalho em grupo- conta Ubiratan.

Com tantos benefícios, o projeto tende a se manter. Enquanto houver professores de patinação e alunos interessados, o espetáculo sobre rodas está garantido.

Conheça os profissionais

Maurício Luís Nascimento pratica patinação há 30 anos e ensina há 25. Foi presidente da Federação Catarinense de Patinação durante nove anos. Ele começou a praticar o esporte quando ainda era criança e nunca mais desgrudou dos patins. Hoje é técnico e coreógrafo, ajudando a consagrar nomes internacionais no universo competitivo.

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Ubiratan Marques Branquinho conheceu a patinação pelos ensinamentos rigorosos de Maurício e encarou a atividade como profissão. Os dois juntos são responsáveis pelas aulas.

Para ser um instrutor de patinação é necessário ter formação em educação física. Mas, afirma Ubiratan, a maioria dos cursos não oferece disciplina específica para o esporte.

Assim, a única opção é completar a formação com aulas particulares.

-Faltam profissionais no Estado. Não há professor de patinação no Sul e no Oeste – comenta Ubiratan.

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Como funciona a inscrição

? Quem pode: crianças e adolescentes de 7 a 14 anos, que estudem em Palhoça. Fora dessa faixa etária é necessário comprar o equipamento.

? Quanto custa: as aulas são gratuitas, mas se pede uma ajuda de custo (optativa) para os equipamentos.

? Quando: segunda e quarta, manhã e tarde, no ginásio da Associação Esportiva e Recreativa Ponte do Imaruim (Rua Antônio Vieira, 550); quartas-feiras, no fim da tarde e

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começo da noite na Escola Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro (Rua Aderbal Ramos Silva, 579).

? Onde se inscrever: no local das aulas ou na Secretaria Municipal de Educação. Levar atestado médico e de frequência escolar, certidão de nascimento e foto 3×4.