A palestra que encerrou a programação da Expogestão 2017 mostrou como pessoas felizes podem ajudar às empresas a serem mais produtivas. A felicidade foi o centro das falas dos dois palestrantes convidados, a mexicana Nicole Fuentes e o brasileiro João Paulo Pacífico, que defenderam uma inversão na ordem lógica do ser humano de primeiro buscar o sucesso para depois alcançar a felicidade na vida. Segundo eles, é uma fórmula que não funciona mais.
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Para confirmar essa defesa, a professora de ciência da felicidade da Universidade de Monterrey, no México, apresentou números de um estudo realizado pelo Instituto Gallup indicando que 74% dos funcionários não estão felizes no Brasil. A parcela de descontentamento com o trabalho é ainda maior, com 87%, se consideram todo o mundo.
— A fórmula hoje é primeiro o sucesso e depois a felicidade, mas assim que se conquista a meta, se cria uma nova mais ousada e difícil. Vai empurrando a felicidade sempre para frente e ela nunca chega. A ciência diz para trabalhar para ser feliz que depois o sucesso será atingido com mais facilidade — explicou Nicole.
A especialista ainda afirmou que as pessoas felizes têm uma saúde melhor, vivem mais, têm comportamento mais positivo, demonstram mais afeto, são melhores pais, entre outras consequências positivas. Segundo Nicole, homens e mulheres são felizes da mesma forma, mas quem está em um relacionamento amoroso consegue ser ainda mais. O dinheiro, de acordo com ela, tem influência relativa na felicidade das pessoas. A professora defende que ter o suficiente para atender as necessidades básicas é o necessário.
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A importância de ser feliz no trabalho é porque ele faz parte da identidade do profissional e o lugar onde passa o maior tempo da vida. E o benefício existe para os dois lados, já que o trabalhador pode receber melhores avaliações, promoções com mais rapidez e salários maiores. A empresa também ganha tendo funcionários mais criativos, melhor atendimento, menos estresse e doenças, além de profissionais mais leais.
A especialista apresentou a psicologia positiva como caminho para ser feliz no trabalho, seguindo os seis passos que ela propõe: aumentar os laços sociais, estar mais atento e cuidar com as distrações que consomem tempo, aprender coisas novas para evitar o tédio e a apatia, fazer o bem ao próximo, cuidar mais da saúde, e ter um propósito na vida.
— Ser feliz 100% do tempo não é possível. Sinta-se feliz tão frequentemente seja possível — aconselhou.
Grupo Gaia como exemplo de felicidade no trabalho
O presidente e fundador do Grupo Gaia, João Paulo Pacífico, esteve na mesma palestra para apresentar o método desenvolvido pela empresa para manter a felicidade dos funcionários e revertê-la em produtividade. O grupo trabalha no setor financeiro e conseguiu criar um ambiente de trabalho descontraído para os profissionais mesmo atuando em uma área tradicionalmente sério e formal.
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Segundo Pacífico, o sucesso do grupo nesse sentido passa pelos valores defendidos pela empresa e a aplicação deles no dia a dia dos funcionários. Eles trabalham com dez valores: gratidão, sorria, surpreenda, garra, sinceridade, valor/resultado, simplifique, fortaleça o grupo, gentileza e celebre. Por meio de atividades, programas e projetos, a empresa mantém os trabalhadores em contínua vivência dos dez tópicos.
— O segredo da empresa feliz é ter uma cultura própria, mas não adianta ter valores sem criar o hábito de se viver aquilo — explica.
Por outro lado, o Grupo Gaia conseguiu transformar essa felicidade em ganhos para a empresa. Pacífico afirmou que é uma forma do grupo encontrar novos talentos, já que em 12 meses foram recebidas 31 mil candidaturas para apenas 12 vagas. Segundo ele, essa competitividade do mercado é uma forma de poder escolher os melhores profissionais.
Além disso, a empresa trabalhou com mais de R$ 14 bilhões em operações no mercado financeiro desde 2009 e investiu em projetos sociais que impactaram mais de duas mil crianças em quatro estados brasileiros. De acordo com Pacífico, foi uma forma de manter um propósito para a empresa, além de ganhar lucro como todas as demais.
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