Palácio Marcos Konder, em Itajaí, é fechado para obras de restauro, acessibilidade e ampliação

Um autêntico republicano. Esta é a expressão que melhor define o Palácio Marcos Konder, no Centro de Itajaí, que fechou quinta-feira para obras de restauro, acessibilidade e ampliação. A construção, inaugurada há 89 anos, guarda em seu interior e na arquitetura neoclassicista os resquícios dos três poderes: Judiciário, Executivo e Legislativo, que ali ficaram instalados.

Desde a estrela esculpida na porta de entrada e no chão da antiga sala da Câmara até as três torres que compõem o prédio, tudo lembra a República recém instalada na época da construção.

Considerada uma obra gigante para um município que apenas engatinhava em 1921, o Palácio foi erguido na rua Hercílio Luz com a intenção de puxar o crescimento da cidade para o interior, em direção a rua Brusque.

Hoje a construção se integrou à paisagem. O olhar mais atento, no entanto, é capaz de notar os adornos e detalhes arquitetônicos da antiga “Superinthendência de Ithajay”. Quem tem o privilégio de visitar o sótão do Palácio e chegar até uma das torres consegue ver ainda os vitrais coloridos que embelezam a cúpula.

Restauro

Entrar no museu é respirar história em cada canto. Seja pelas telhas de ângulos diferentes, o ladrilho hidráulico da entrada ou a decoração das paredes em estêncil, já escondida pela nova tinta.

Mas também perceber que o restauro é necessário para que as reservas técnicas tenham condições melhores de armazenamento e que o desgaste do teto, as infiltrações e a pintura gasta sejam corrigidos.

É por isso que o objetivo do restauro vai além de salvar a estrutura do prédio. De acordo com o diretor do Museu Histórico, Agê Pinheiro, haverá a ampliação das condições do acervo e reservas do museu, bem como dos espaços expositivos – das 12 mil peças, divididas em seis coleções, menos de mil ficam expostas atualmente.

– Mais que salvaguardar a estrutura do prédio, a revitalização irá trazer vida aos elementos originais do Palácio – explica.

Durante as obras o acervo será transferido para outro imóvel. A estimativa da Fundação Genésio Miranda Lins é que as etapas de restauro e acessibilidade iniciem até junho e levem um ano para ser concluídas.

A ampliação do museu deve começar no fim do ano e durar cerca de seis meses. As propostas têm previsão de abertura até o dia 29 deste mês.