O assassinato de Ana Kemilli, 14 anos, em Campo Belo do Sul, na Serra catarinense, foi motivado pela “paixão mórbida” que um dos suspeitos tinha por ela. A informação foi revelada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (17), quatro meses após a morte da jovem, com a prisão do segundo envolvido no crime, de 21 anos. O caso é tratado como feminicídio e ocultação de cadáver.

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A adolescente, que passou dois dias desaparecida, à época, foi encontrada morta e amarrada em uma árvore com o corpo encoberto pela vegetação. Ela tinha sido vista pela última vez por uma amiga, na tarde de 8 de fevereiro, quando retornava para casa. O corpo foi localizado no dia 10 do mesmo mês, em um matagal no interior do município. Um dia depois, o primeiro suspeito, menor de idade, foi apreendido. 

Delegado responsável por concluir o inquérito, Fabiano Henrique Schmitt, contou ao Diário Catarinense que o crime foi motivado pelo fascínio que um dos envolvidos, o mais velho e preso nesta quinta, sentia pela adolescente. 

– Ele tinha uma paixão mórbida pela vítima, inclusive eles (suspeito e vítima) tiveram um relacionamento fugaz em 2020. A menina rompeu o relacionamento e passou a ter um relacionamento com outro rapaz – relatou Schmitt.

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Inconformado com o fim da relação, o jovem de 21 anos tentava reatar com a adolescente, segundo o delegado, e enviava mensagens para o celular dela de forma incessante, inclusive, no dia em que Ana Kemilli desapareceu.

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– Os elementos que estão no inquérito estão muito seguros e fortes, que apontam de forma bem firme o envolvimento dele no feminicídio e na ocultação de cadáver – revela o delegado.

Além do jovem preso nesta quinta, um adolescente de 16 anos e vizinho da vítima já havia sido apreendido pelo assassinato. Na ocasião, o menor apareceu na delegacia um dia após a localização do corpo e admitiu a participação. 

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À frente do caso na época do crime, o delegado Thiago Gomez suspeitou que o adolescente não teria atuado sozinho, mesmo sem colaboração do menor com as investigações. Desde então, as diligências seguiram até se chegar ao nome do segundo envolvido.

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– O adolescente é amigo desse rapaz. Os dois comenteram o crime juntos. Apreendido na época dos fatos, o adolescente já foi sentenciado e cumpre medida sócio-educativa de internamento. Não temos dúvida nenhuma quanto ao envolvimento dos dois – concluiu Schmitt.

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