Como de costume, o clássico não termina com o apito final, se prolonga no decorrer da semana com o resultado, brincadeiras e polêmicas. O do último domingo, sem dúvidas, ainda se prolongará por um bom tempo em virtude da confusão ocorrida já próximo ao apito final, com a invasão do campo por torcedores do vizinho para agredir atleta azurra, que gerou repercussão nacional. Porém, o que se percebe é a tentativa de muitos de transferir a responsabilidade do ocorrido para Bruno Silva, que, supostamente, fez gesto provocativo ao ser substituído. A tese destes é que Bruno “incitou a torcida adversária”, iniciando a confusão, sendo corroborada até por grandes veículos de imprensa nacional.

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Trata-se, porém, de uma visão dissociada da realidade e que ameniza o lastimável fator invasão de campo e toda a confusão para agredir profissionais que estavam trabalhando. Bruno Silva errou ao desferir um chute contra o torcedor, e pode pagar por esse fato, mas gestos provocativos fazem parte da história do clássico entre Avaí e ex-Elephant, com inúmeros casos de um lado e de outro, sem registros desse tipo de comportamento absurdo de determinados torcedores do coirmão – que, frisa-se, trata-se de uma pequena minoria – ou mesmo avaianos. Focar apenas em Bruno e pintá-lo como grande vilão das lamentáveis cenas ocorridas no último clássico, além de desonesto, consiste em uma completa inversão moral da realidade.