Há um discurso que se tornou quase que um consenso, em especial na grande mídia: a cultura de demissão dos treinadores brasileiros com base no mero resultadismo e a quase impossibilidade de um trabalho a longo prazo como acompanhamos em outros países. Muitos atribuem, com certa razão, esse fato ao retumbante fracasso do futebol brasileiro nos últimos anos. Todavia, é curioso como exige-se que os clubes comecem a dar mais respaldo aos técnicos e apostem em trabalho a longo prazo, mas quando os mesmos possuem oportunidade de fazê-lo, largam o trabalho na primeira proposta.

Continua depois da publicidade

Alberto Valentim deixou o Avaí rumo ao Botafogo com uma campanha medíocre, que, se fosse com outros treinadores – sem a mesma grife – certamente já teria sido demitido. Os dirigentes, porém, planejavam efetivamente sua continuidade para 2020, independente dos resultados de campo. O treinador elogiou à época a postura do Leão e da diretoria. Já o Botafogo vive grave crise financeira, demitiu seu treinador contra a vontade do próprio elenco, mesmo com resultados medianos, e, para completar, o áudio vazado de Montenegro, com a intenção de trocar Valentim no final do ano.

Para o Avaí, o prejuízo é mínimo, se é que existe. Seu trabalho não convencia, e agora é hora de apoiar Evando, que fazia excelente trabalho na Copa SC. Valentim perdeu a oportunidade de um projeto a longo prazo no maior clube de SC.