De um lado, um time regido por força, garra e uma paixão maior que a maestria de Messi. A Argentina joga com o sangue quente, como disse o torcedor Carlos Daniel. Um grupo unido na busca pelo tricampeonato. Do outro lado, uma equipe quase perfeita. Metódica e disciplinada, praticamente sem falhas, que tem buscado o tetra com uma obstinação avassaladora. A alma fria e precisa dos alemães é o que encanta o torcedor Jorge Müller. Estilos diferentes, que se enfrentarão neste domingo.
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– Che! Qué sos? Si no cantan yo desligo la TV! – e segue:
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– Ole ole, ole ola, a cada día te quiero más, Argentina!
Ele é um argentino louco por futebol, apaixonado pela emoção que surge quando a equipe de Messi entra em campo.
Há dois meses, mora em Canasvieiras, em Florianópolis, onde trabalha para uma construtora. Com 38 anos, é pai de três filhos. Um mora na Argentina, com sua primeira mulher, e os outros dois na Espanha, filhos de um segundo casamento, com uma brasileira.
De longe, ele acompanha e sofre com a seleção que o orgulha. E que tem a certeza de que conseguirá levantar a taça de campeã do mundo no Maracanã.
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Diário Catarinense – Por que os argentinos torcem de forma tão fervorosa?
Casado – Não sei. O jogo da seleção é um motivo para estar perto um do outro. Acho que somos um país mais unido. Pelas dimensões populacionais e geográficas menores, fica mais fácil colocar na seleção a mesma paixão que temos pelos clubes.
DC – Mesmo distante, vocês cantam muito no bar. Não cansa?
Casado – Não. Há emoção demais. Lembro dos meus amigos que estão em outros lugares, é como se subisse a adrenalina. Quando incentivo para os demais cantarem, sinto que desafogo essa energia.
DC – E você acredita que esse canto ajuda a seleção argentina?
Casado – Não sei. Dentro do estádio e ao redor dele, tenho certeza que sim. Daqui, distante e pela TV, continua sendo uma energia boa. Sinto que estou fazendo a minha parte para ajudar. Podem até me achar maluco, mas é um jeito de torcer.
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DC – O estilo raçudo será suficiente para superar a Alemanha?
Casado – Sim, esse sentimento é forte e transforma as coisas. Seremos campeões: 2 a 1 na prorrogação.

A educação e o respeito são as virtudes que ele elencou como principais do povo germânico. Jorge mora desde 1980 em Blumenau e atua como professor no curso de Engenharia. E usa muito desse jeitinho alemão em suas aulas e pesquisas. Veja abaixo os motivos dele para apostar no título da seleção europeia.
DC – A característica disciplinada metódica é o diferencial da seleção alemã?
Jorge Müller – Sim. Já estive na Alemanha e vi como é diferente a relação de respeito com os outros. No futebol, por exemplo, não tem essa de se jogar na área para cavar pênalti.
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DC – Qual outra característica do povo alemão que pode ser refletida nessa seleção?
Jorge – O conjunto, o grupo. Eles trabalham juntos, valorizam isso. É algo que o Brasil e a Argentina não têm. Outra coisa é que eles sabem trabalhar algo que não são acostumados a fazer, como o goleiro (Neuer) que passou a jogar melhor com os pés.
DC – Por isso o senhor escolheu torcer pela Alemanha?
Jorge – Também. Primeiro, me decepcionei com a corrupção no nosso país, em todos os setores. Depois, é a terra dos meus antepassados e já tinha um carinho pelo país. Aí juntou tudo.
DC – E o palpite?
Jorge – Vai ser 2 a 1 para a Alemanha. Não acredito que a partida vá para os pênaltis. A Argentina vai jogar fechada, porque sabe que o ataque da Alemanha é muito forte.
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