Os países do G-20 se comprometeram neste domingo com um crescimento mundial robusto, enviaram uma mensagem de tranquilidade aos países emergentes e ampliaram a cooperação contra a fraude fiscal, ao fim de uma reunião em Sydney.
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O fórum das 20 principais economias desenvolvidas e emergentes do planeta não fez, no entanto, nenhuma menção a Ucrânia no comunicado final, por falta de consenso.
Os países membros do grupo, que representam 85% da economia mundial mundial, fixaram como objetivo aumentar o crescimento em dois pontos percentuais até 2018, “com políticas ambiciosas mas realistas”, o que significa impulsionar o crescimento em US$ 2 trilhões.
“A meta representa mais de 2 trilhões de dólares em termos reais e permitirá criar muitos empregos”, destacaram os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais. Em um gesto a favor dos países emergentes, inquietos com o refluxo de capitais provocado pela retirada dos estímulos econômicos nos Estados Unidos, os bancos centrais do G-20 se comprometeram a “calibrar com atenção e a comunicar claramente” sobre sua política monetária.
Os BCs prometeram atenção ao impacto de suas decisões sobre a economia mundial. A redução progressiva do programa de estímulo do Federal Reserve (Fed) americano tem provocado uma retirada de capitais dos países emergentes para os Estados Unidos e outros países desenvolvidos. O fenômeno provocou fortes desvalorizações do real, da lira turca, da rúpia indiana, do rand sul-africano ou do rublo russo.
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A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou a reunião não registrou a tensão esperada entre países emergentes e desenvolvidos, graças a uma “boa cooperação propiciada pelo encontro”.
Antes da reunião, países como Brasil, Indonésia e África do Sul haviam solicitado a Washington uma comunicação aperfeiçoada dos planos de política monetária, para evitar prejuízos e a volatilidade observados nos últimos meses nas economias emergentes.
O G-20 deu mais um passo no combate à fraude fiscal, ao aprovar a norma de intercâmbio automático de dados concebida pela OCDE e que mais de 40 países se comprometeram a aplicar.
– A norma reforçará a cooperação fiscal internacional, colocará os governos em pé de igualdade quando querem proteger a integridade de seu sistema de impostos e permitirá lutar contra a evasão fiscal – afirmou o secretário-geral da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), Ángel Gurría.
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A norma vai além da cooperação baseada na boa vontade dos países envolvidos e deve entrar em funcionamento no fim de 2015. Apesar da crise da Ucrânia estar na agenda da reunião de ministros das Finanças do G-20, o comunicado final não fez qualquer menção ao país.
Mas o secretário do Tesouro americano, Jack Lew, afirmou que os Estados Unidos e outros países estão dispostos a ajudar a Ucrânia “em seus esforços de voltar à democracia, estabilidade e crescimento”.