Uma pesquisa conduzida pelo C.S. Mott Children’s Hospital, nos Estados Unidos, indica que 55% dos pais se afligem com a possibilidade de seus filhos pegarem a gripe A H1N1, enquanto 66% deles estão mais preocupados com a segurança da vacina utilizada para evitar a doença. Entre os filhos de pais mais receosos com a vacina, apenas 10% foram imunizados.
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Infectologistas ouvidos afirmam que, no Brasil, onde a vacinação contra a gripe A deve começar em 8 de março, o panorama não deve se repetir. Para eles, os americanos ainda guardam más lembranças de um episódio ocorrido no fim da década de 1970, quando uma vacina contra a gripe foi responsabilizada por uma série de efeitos colaterais graves.
– Acredito que aqui a vacina será extremamente bem aceita – diz o infectologista Juvêncio Furtado.
Segundo ele, as doses que serão distribuídas pelo Ministério da Saúde não têm efeitos colaterais significativos:
– A proteína do vírus não tem capacidade de provocar doença. Ela é tão segura quanto a da gripe sazonal.
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O infectologista David Uip ressalta que a vacina da gripe A não é diferente da administrada anualmente.
– Só mudou o sorotipo, que muda todos os anos – diz.
Ele acredita que campanhas informativas são fundamentais para evitar uma baixa adesão à vacinação, como ocorreu nos EUA.
Para Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é mais arriscado não tomar a vacina, e o fato de ela ter sido elaborada em pouco tempo não deve ser motivo de temor.
– Ela foi distribuída em enorme quantidade e os dados sobre efeitos mostram que é muito segura. Não tem nenhuma razão para achar que é pior do que as anteriores – afirma.
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Os resultados
> Foram entrevistados 1.612 pais com 18 anos de idade ou mais, em 18 de janeiro.
> 55% deles se afligem com a possibilidade de seus filhos serem infectados pelo vírus da gripe A.
> 66% estão mais preocupados com a segurança da vacina.
> Entre os filhos dos mais receosos, apenas 10% foram imunizados.