Uma pesquisa feita pela Associação Escola de Pais de Florianópolis mostrou que 67% dos pais da Capital têm dificuldades em controlar o uso de equipamentos eletrônicos pelos filhos. No debate realizado pelo programa Direto da Redação, na rádio CBN Diário, na tarde de quarta-feira (4), especialistas defenderam a prática de colocar limites nas crianças e nos jovens.
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Além de separar um tempo para uma conversa em família no dia a dia, a psicóloga e mestre em educação Camila Detoni Sá de Figueiredo diz que a nova geração precisa de alguém que mostre e esclareça os perigos existentes.
— Em vez deles (filhos) aprenderem a se relacionar com pessoas, eles estão aprendendo a se relacionar com máquinas de maneira geral. Você não precisa ficar duas ou três horas do dia com o seu filho, mas se você separar meia hora e estiver com ele de verdade, vai ser o suficiente — afirma.
Camila salienta que atos como esse fazem com que a saúde mental da criança seja preservada. Estabelecer um período de tempo para o uso de eletrônicos, por exemplo, é uma indicação feita por médicos, segundo Camila.
— O recomendado pelos pediatras é que a criança use aparelhos eletrônicos durante duas horas do dia — diz a psicóloga.
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José Alberto Wobeto, representante da Escola de Pais, defende que o exemplo é a melhor forma de educar:
— Não adianta o pai e a mãe quererem ensinar para os filhos que eles não podem ficar o tempo inteiro no celular, se ele ou ela (pais), está lá clicando o tempo inteiro e não observando isso.
Para José Alberto, o diálogo franco, aberto e respeitoso é a melhor alternativa no convívio. Se não houver empenho, o processo de formação da criança como indivíduo pode ser prejudicado.
— É preciso que os pais se conscientizem que educar é realmente mostrar serviço, dá trabalho e precisa ter um tempo de dedicação. Fica a pergunta: para um pai e uma mãe o que é mais importante do que educar um filho? — analisa Wobeto.
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Conforme a idade a abordagem muda
De a zero a três anos, por exemplo, o ideal é que sejam estabelecidos limites dando amor e segurança. Segundo Camila, isso faz com quem um vínculo seja criado entre pai e filho. Já dos quatro aos sete anos, uma boa opção é explicar por meio de conversa os porquês das determinações estabelecidas. Assim, a criança irá entender as consequências dos atos.
Dos sete anos em diante, as pessoas já têm um pouco mais noção da realidade. Por isso, é fundamental que os pais e/ou responsáveis continuem presentes e participando da vida dos filhos. Sempre conversando e se dispondo a compartilhar momentos em família.
Paciência, explicações, amor, segurança e carinho, são atitudes que Camila e Wobeto defendem e que devem ser praticadas desde o nascimento. Além disso, é necessário ouvir e compreender as dificuldade e reivindicações dos filhos. Assim como tentar entender o momento emocional que eles se encontram.
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