O fim do ano letivo se aproxima e preocupa pais dos cerca de 600 estudantes matriculados na Escola de Educação Básica Carlos Fantini, no Bairro Limoeiro, em Itajaí. Com a unidade fechada desde dezembro do ano passado, devido a problemas estruturais, o temor dos pais é de que a reforma, que deveria ter iniciado neste ano, não fique pronta até o início do próximo ano letivo.

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Enquanto o imbróglio do colégio se arrasta, estudantes e servidores seguem em ônibus cedidos pela prefeitura de Itajaí até a Escola Pedro Paulo Philippi, no Centro. Durante a noite, a Escola Municipal Professor Martinho Gervasi, no Brilhante, presta o atendimento.

Mas ter passado o ano todo no vaivém de um ônibus por uma das rodovias mais perigosas da região, a Antônio Heil, sendo que muitos poderiam ir para a escola a pé, tem sido um martírio. Entre os alunos que estudam de manhã a reclamação é unânime, sono durante a aula. Os que começam à tarde ficam esperando o ônibus em áreas sem qualquer cobertura expostos ao sol do meio-dia.

Quem trabalha também reclama. As serventes chegam a ficar 12 horas fora de casa por conta das idas e vindas até a Escola Pedro Paulo Philippi. E para os pais a preocupação principal é com a segurança dos filhos nos ônibus.

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Cansados da viagem, que em dias de pouco movimento é de meia hora, muitos dormem sentados. Como os bancos não têm cintos de segurança, a qualquer freada mais brusca os desavisados saltam, parando com a cabeça encostada no assento à frente.

Yasmim Maia, sete anos, reclama do sono que sente durante a aula e do pouco tempo que tem para tomar café da manhã. Jonathan Bottikewicz, nove, estuda à tarde, mas precisa almoçar cedo para estar no local combinado antes da chegada do ônibus.

– Atrasa todo o meu serviço, porque tenho que dar almoço para ele às 11h. Em compensação, ele só chega em casa de noite – conta a mãe, Isabel Cristina de Oliveira, 32 anos.

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Para Dalberto Fabrício, 42, que tem duas filhas estudando na Pedro Paulo Philippi, o principal problema é o medo de acidentes. Como as batidas são constantes nas rodovias e ao trafegar um pequeno trecho é possível detectar várias imprudências, a qualquer atraso de 10 minutos os pais de alunos ficam com o coração na mão.

– Nossa, o ônibus não pode atrasar um pouquinho que já pensamos o pior – diz.

SDR promete acelerar processo

Os pais de alunos da Escola Carlos Fantini estão preocupadas porque, apesar de a verba para a reforma do colégio ter sido liberada em setembro, as obras não iniciaram. A Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) havia prometido que a unidade seria entregue reformada até 15 de janeiro de 2014, mas não há nem sinal de qualquer reparo sendo feito.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Claudir Maciel, admite que as obras não iniciaram. Ele disse que a verba de R$ 444 mil foi liberada em 10 de setembro. No entanto, foi percebido que o piso da unidade estava cedendo e foi necessário fazer um novo laudo para verificar a necessidade de recalcular o valor.

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Foi constatado ainda que o valor da reforma não vai aumentar mas nesse meio tempo nenhuma licitação foi feita. Agora, a SDR espera conseguir fazer os trabalhos em caráter emergencial para que não haja a necessidade de concorrência pública e fique pronta até 15 de janeiro.

Caso contrário, o problema do vaivém de alunos e servidores continuará no próximo ano. O colégio teve a interdição recomendada pela Defesa Civil e está fechado desde dezembro de 2012.