A pintura dos muros da Escola Estadual Rui Barbosa, do bairro Bucarein, deixam claro o objetivo da unidade: “Desde 1940 fazendo educação”. Depois de 73 anos, a escola, uma das mais tradicionais de Joinville, continua fechada. Em dezembro do ano passado, ela foi uma das nove unidades interditadas pela Vigilância Sanitária.

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Nesta sexta, mais de duas semanas depois do começo das aulas, a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) definiu que os 263 alunos serão remanejados para a Escola Estadual Professor João Martins Veras, que tem 651 e fica a cerca de 1,5 km, no Anita Garibaldi. O descontentamento foi geral.

A secretaria ainda afirmou que a escola passará a atender, em 2014, aos alunos do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) e os pais terão que procurar outras unidades para matricular os filhos.

Na manhã de sexta, foi possível perceber que os materiais de construção, como telhas, já estavam disponíveis na Rui Barbosa para as reformas. A gerente regional de Educação, Dalila Leal, disse que os trabalhos estão ocorrendo. Mas devem durar o ano inteiro. “Não vamos simplesmente tirar os alunos da escola e colocar em outra. Estamos fazendo algo muito bem planejado. A escola ainda conta com 30 crianças da inclusão social. “A direção da Martins Veras se preocupou até em uma sala ambiente para estes alunos”, explicou a gerente.

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Segundo Dalila, a decisão é polêmica, mas necessária por causa do Ceja. Atualmente, 1,2 mil alunos do Ceja se dividem nas salas da Gered e da Rui Barbosa. Neste ano, os 300 alunos, que estudavam à noite na Rui Barbosa serão relocados para a Escola Celso Ramos. A partir de 2014, a ideia é que o Ceja fique concentrado na Rui Barbosa.

– É uma ação definitiva. Vamos atender mais de a mil alunos desta forma. A Rui Barbosa já está diminuindo o número de alunos ao longo dos anos -, explicou a gerente.

Licitação

As obras estão orçadas em R$ 141.501,07. Ainda está prevista a abertura de um edital de licitação para a reforma complementar no valor de R$ 512.242,69.

A gerente disse que, na metade deste ano, as matrículas dos alunos da escola já podem ser transferidas para a Martins Veras, ou para outras unidades. Ainda será preciso uma conversa individual com cada pai.

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Tristeza com as mudanças

O ferramenteiro Vilmar Ramos, 54 anos, esteve na manhã de sexta na escola em que a filha Katiane Maysa do Nascimento Ramos, 13, estuda desde que entrou no ensino fundamental aos sete anos. Ele ainda não entende por que a Rui Barbosa está interditada e também não concorda com o fechamento da unidade.

– É uma escola antiga, mas o madeirame é forte, está bom. Uma escola que nem essa não pode fechar. Muita gente precisa dela -, argumentou.

Para ele, a transferência será péssima.

– Moramos do lado da escola. Agora vou ter que levar as meninas até lá. Estou procurando vagas em escolas do município. O Estado está muito ruim -, lamentou.

Katiane e a amiga Ada Caroline de Oliveira Dias, 12, vão para a sétima série e temem perder conteúdo por causa do atraso.

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