Uma luta que se inicia a cada amanhecer. Assim tem sido os dias do casal Christiane e Evandro Schier, pais de Vitória Schier, 16 anos, morta a cem metros de casa por um assassino ainda desconhecido. Nesta quarta-feira faz um mês que aconteceu o crime, em plena luz do dia, no bairro Bom Retiro.

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Vitória foi encontrada pelos familiares caída em um córrego dentro de uma área de vegetação, com sinais de violência e sem as roupas de baixo. Uma cena chocante que o pai, com a ajuda dos demais membros da família, impediu Christiane de presenciar. Um mês depois, os pais pedem justiça e esperam que o criminoso não fique impune.

– Agora vou levantar uma bandeira. Trinta dias se passaram, vou renascer das cinzas, eu quero saber quem matou a minha filha. Isso não vai trazer ela de volta, mas vai evitar que outras mães sofram o que eu estou sofrendo. Porque é uma dor dilacerante, não existe morfina que possa aliviar – desabafa a mãe.

O anjo da casa

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Quando relembram os momentos que viveram juntos com Vitória nesses 16 anos, Christiano e Evandro conseguem soltar alguns sorrisos e deixar transparecer a harmonia que existia entre eles. Vitória não só era muito parecida fisicamente com o pai como também era muito ligada a ele.

– Até os dois anos ela só dormia no meu colo, até pouco tempo ainda dormia no meu colo -, contou.

Há três anos ela passou a seguir a veia artística do pai quando aprendeu a tocar violão. O projeto da nova casa que começava a ser construída no terreno onde moravam (hoje o casal não vive mais no bairro Bom Retiro) previa uma sala redonda para que a acústica permitisse que pai e filha dedilhassem os seus instrumentos de corda.

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Um vídeo de Vitória tocando e cantando uma música em inglês é a lembrança mais emblemática para os pais. A voz, a beleza e a doçura da filha descrita por eles como um anjo ficaram gravadas no computador.

– A Vitória era um anjo. Ela nunca nos fez chorar. Esta é a primeira vez que estamos chorando, mas a culpa não é dela -, lamenta Christiane.

Um dos sonhos da menina da casa era casar-se em um sítio à moda caipira e seguir a profissão de arquiteta. Para pagar a faculdade, os pais não mediriam esforços.

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– Ela era uma menina simples e vaidosa. Queria uma chácara com uma casinha de madeira que tivesse uma varanda para tocar violão, um fogão a lenha e todos os cachorros que ela pudesse tirar da rua -, lembram os pais.

Pelas redes sociais, a mãe tem desabafado a sua dor. A letra de uma música da banda Catedral publicada por ela, mais do que sentimento, demonstra as perguntas que ficaram sem respostas:

– Por que você se foi assim, não deu pra entender, é tão difícil aceitar, perder eu sei, por que a vida tem que ser assim, Por que? -.

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Prazo para conclusão de inquérito foi prorrogado ?

O crime ainda não foi solucionado, porém as diligências da Polícia Civil também não foram concluídas. As investigações estão sendo mantidas em sigilo. De acordo com o Instituto Médico Legal, os laudos periciais que poderão comprovar se houve estupro também não ficaram prontos.

O prazo legal de dez dias para os laudos também precisou ser prorrogado, já que exame só é feito em Florianópolis, por causa dos equipamentos.

O Ministério Público está acompanhando o trabalho da polícia. Segundo o promotor Ricardo Paladino, as investigações estão sendo realizadas a todo vapor e o MP está confiante na evolução das diligências.

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Hoje será celebrada a missa de um mês da morte de Vitória na Paróquia Santo Antônio, no bairro Bom Retiro, às 19 horas.